A crítica de Alexis Philonenko ao "mal-estar" sartriano: em defesa do humanismo

Auteurs-es

  • Malcom G Rodrigues

DOI :

https://doi.org/10.1590/S0101-31732010000200009

Résumé

O objetivo do artigo é discutir a crítica de Philonenko (1981) aos conceitos sartrianos de “má-fé” e “liberdade”. Um dos pilares dessa crítica é a defesa da noção de “coerência do estilo”, elemento indispensável para resguardar a autenticidade tão prezada por Sartre, segundo Philonenko. Contudo, continua este último, ao afirmar “eu não sou jamais nenhuma de minhas condutas, nenhuma de minhas atitudes”, Sartre limita a liberdade por ele defendida ao horizonte de uma maliciosa dissimulação, quer dizer, da má-fé. Nós constatamos três imprecisões nessa crítica. Em primeiro lugar, a citada afirmação de Sartre foi mal interpretada. Mas, em segundo, se essa interpretação está correta, supondo que o estilo seja indispensável à autenticidade, ainda assim a liberdade sartriana não pode ser “para o mal”, pois ela se caracteriza, em termos ontológicos, como o próprio ser da realidade humana “em situação”, e não em termos morais, como uma propriedade dessa realidade, cristalizada por um olhar atento sobre si ou sobre o outro, e julgada como boa ou má. Por fim, queremos concluir que, numa possível conduta autêntica, a derrocada da má-fé não apenas prescinde do amparo a uma coerência do estilo como também pressupõe o reconhecimento angustiante de sua gratuidade

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Publié

2010-12-10

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RODRIGUES, Malcom G. A crítica de Alexis Philonenko ao "mal-estar" sartriano: em defesa do humanismo. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia, Marília, SP, v. 33, n. 2, p. 143–156, 2010. DOI: 10.1590/S0101-31732010000200009. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1036.. Acesso em: 22 nov. 2024.