O revisionismo e os perigos da mentira deliberada na perspectiva de Hannah Arendt

Autores/as

  • Fábio Abreu dos Passos Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n3.10.p115

Palabras clave:

Revisionismo, Mentira Deliberada, Verdade Factual, Mundo, Hannah Arendt

Resumen

A produção de notícias falsas, hodiernamente denominadas Fake News, que têm como finalidade a disseminação de informações inverossímeis, não deve ser compreendida como um fenômeno político recente. A mentira como forma de esconder dados sigilosos é uma tradição no jogo político; o que é nova é a tentativa deliberada de deturpar a realidade, uma prática contemporânea eficaz para os propósitos daqueles que pretendem moldar o mundo ao “seu gosto”. Nossa aposta é que o revisionismo deve ser compreendido como movimento de fomento e disseminação de mentiras deliberadas, que têm o propósito de adulterar o mundo, negando, por exemplo, a existência de fatos históricos como Holocausto e Ditadura Civil Militar Brasileira. Um antídoto capaz de mitigar os efeitos da mentira deliberada é a verdade factual, que assegura que o mundo não seja ameaçado em suas estruturas constitutivas, isto é, que as ações que nele ocorrem não sejam alteradas e as lembranças dessas ações não sejam corrompidas.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Fábio Abreu dos Passos, Universidade Federal do Piauí

    Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, PI – Brasil. 

Referencias

ANDRADE, Joana El-Jaick. O Revisionismo de Eduard Bernstein e a negação da dialética. 2006. 263p. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2006.

ARENDT, Hannah. The Human Condition. Chicago: The University of Chicago Press, 1958.

ARENDT, Hannah. Between Past and Future. Six Exercises in Political Thought. New York: The Viking Press, 1961.

ARENDT, Hannah. Origins of Totalitarianism. Cleveland and New York: Meridian Books, 1962.

ARENDT, Hannah. The Life of the Mind. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1978.

ARENDT, Hannah. Journal de pensée (1950-1973). Paris: Seuil, 2005.

ARENDT, Hannah. O que é Política? Trad. Reinaldo Guarany. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

ASSY, Bethânia. Ética, Responsabilidade e Juízo em Hannah Arendt. São Paulo: Perspectiva, 2015.

AUGUSTINE, Saint. The Confessions. Translated by E. B. Pusey. New York: Global Grey, 2018.

BURCH, Robert. Recalling Arendt on thinking. In: YEATMAN, Anna et al. Action and Appearance: Ethics and the Politics of Writing in Hannah Arendt. New York: Continuum, 2011.

DEPARTMENT OF STATE - UNITED STATES OF AMERICA - Office of the Historian. Foreign Relations of the United States, 1969–1976. Department of State United States of America. Volume E–11, Part 2, Documents on South America, 1973–1976. Disponível em: https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1969-76ve11p2/d99?platform=hootsuite#fn:1.5.4.4.12.61.8.6. Acesso em: 26 mar. 2020.

GORENDER, Jacob. A escravidão reabilitada. São Paulo: Expressão Popular, 2017.

LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

LEVI, Primo. O dever da memória. Trad. Esther Mucznik. Lisboa: Cotovia, 2005.

OKAWA, Ryuho. The Truth of Nanking and Comfort Women Issues: A Spiritual Reading into World War II by Edgar Cayce (Spiritual Interview Series). New York: IRH, 2014.

REIS, Daniel Aarão. Ditadura e Democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

RICŒUR, Paul. Memory, History, Forgetting. Translated by Kathleen Blamey and David Pellauer. Chicago & London: The University of Chicago Press, 2004.

RICŒUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain François [et al.]. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.

VEROVŠEK, Peter J. Unexpected Support for European Integration: Memory, Rupture, and Totalitarianism in Arendt’s Political Theory. The Review of Politics, Cambridge, v. 76, n. 3, p. 389-413, Summer 2014.

VIDAL-NAQUET, Jean Pierre. Assassins of Memory. New York: Columbia University Press, 1997.

VILLA, Marco Antônio. Ditadura à brasileira – 1964-1985: A Democracia Golpeada à Esquerda e à Direita. São Paulo: LeYa, 2014.

WEINRICH, Harald. Lete: Arte e crítica do esquecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

WIESEL, Élie. L’oublié. Paris: Aux Éditions du Seuil, 1989.

Recebido: 21/7/2020

Aceito: 22/9/2020

Publicado

20-08-2021 — Actualizado el 02-07-2022

Número

Sección

Artículos y Comentarios

Cómo citar

DOS PASSOS, Fábio Abreu. O revisionismo e os perigos da mentira deliberada na perspectiva de Hannah Arendt. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia, Marília, SP, v. 44, n. 3, p. 115–134, 2022. DOI: 10.1590/0101-3173.2021.v44n3.10.p115. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/10629.. Acesso em: 24 nov. 2024.