Da arqueologia às redes
jamais fomos modernos?
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n2.19.p255Palavras-chave:
Arqueologia, Redes, Foucault, Latour, ModernoSResumo
A noção de “rede” de Bruno Latour permite abrir uma perspectiva metodológica capaz de ultrapassar os limites da arqueologia de Michel Foucault. Para indicar o quadro conceitual em que a noção de arqueologia se instala, este artigo desenvolve uma discussão sobre a ciência moderna segundo a arqueologia de Foucault e segundo a posição de Gérard Lebrun, exposta em contraposição a Husserl (Krisis). A partir da questão principal que os une malgrado diferença importantes, a saber, o diagnóstico da dispersão das ciências positivas no início da modernidade – como início da modernidade –, será possível sugerir o interesse da noção latouriana de rede. E isso, mesmo mostrando que seu interesse implica exatamente o avesso do que insiste em sustentar Latour, o avesso da tese de que jamais fomos modernos.
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Recebido: 23/10/2019 - Aceito: 30/4/2020
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