Nietzsche e o projeto político assentado na seletividade da virtude: um projeto aristocrático de vontade de domínio
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n3.e02400191Palavras-chave:
Nietzsche, Política, Aristicracia, Ética, Vontade de DomínioResumo
Desde a fase de escrita de seu Para a genealogia da moral, Nietzsche desenvolveu um projeto marcado por uma desconfiança cada vez mais radical sobre as bases fundamentais da cultura, projeto este que, inclusive, reverberou em diversas trocas epistolares com Georg Brandes, das quais sobressai a de 02 de dezembro de 1887, com a expressão “Radicalismo Aristocrático”. A aristocracia se depreende pela crítica que o filósofo realiza a toda a dimensão gregária, mediante a qual a cultura vem marcada. E, como resposta, Nietzsche, nos Póstumos de 1887, apresenta a virtude que se afirma na vontade de domínio. No decorrer deste trabalho, será observado em que medida o esforço de Nietzsche por essa concepção de virtude transvalorada, ou seja, despida da moralina, é capaz de contribuir para o projeto político de domínio e de superação. A própria noção de aristocracia tem, na sua dimensão de radicalismo, a virtude como vontade de domínio, um de seus diferenciais. Seria essa virtude compreendida exclusivamente como força e, por isso, despida da moral, informada pelo cristianismo como projeto civilizatório?
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Recebido: 20/12/2023 – Aprovado: 20/04/2024 – Publicado: 15/06/2024
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