A potência do educar: coisa singular, diferença e democracia em Espinosa
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n1.e0240077Palavras-chave:
Singularidade, Educação, Política, DemocraciaResumo
O conceito de coisa singular e suas pegadas ético-políticas, na filosofia de Espinosa, orientam o texto a seguir, que se propõe pensar conjuntamente educação e civilidade. Com o filósofo holandês, aprende-se que união e conflito não são termos contraditórios, nem ética nem politicamente; enquadrar, daí, um campo de ação educativo põe a questão da democracia como fundante de um combate cotidiano ao medo e à servidão. Assim, a lida com a destruição – que não está nos seres singulares, mas surge nos encontros – e a ideia espinosana de um exemplar da natureza humana – abrem espaço para caracterizar a intensidade política da virtude como esforço de agir livremente e que passa pela educação. O texto assinala, pois, tempos de educação, a partir da diversidade de temporalidades que agem no corpo social e político.
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Recebido: 02/10/2023 - Aceito: 20/11/2023 - Publicado: 06/02/2024
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