Existem razões excludentes? Uma investigação sobre um terceiro tipo de razões excludentes

Autores

  • Andrea Faggion UEL

Palavras-chave:

Razões excludentes, Obrigações de papéis, Amizade

Resumo

Joseph Raz tornou-se bastante conhecido pelo conceito de razões excludentes, que ele aplicou na análise de uma série de conceitos práticos, como decisões, regras e obrigações. No entanto, a literatura especializada exibe um alto grau de ceticismo quanto à existência de razões excludentes, e até sobre a coerência do conceito. Ao longo de sua obra, Raz sempre focou em duas espécies de razões excludentes: as diretamente motivacionais e as evidenciais. Atribui-se a isso o fato de o conceito ter recebido tantas críticas. Neste artigo, dá-se destaque a uma outra categoria de razões excludentes, negligenciada por Raz: as razões que são excluídas por sua própria natureza. Argumenta-se aqui que essa categoria é capaz de mostrar, não apenas que o conceito não é vazio ou inconsistente, mas também que ele tem um papel importante a desempenhar na elucidação de um importante domínio da moralidade: o domínio das relações afetivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andrea Faggion, UEL

Associate Professor at the State University of Londrina (UEL), Londrina, PR – Brazil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4260-1771.

Referências

ADAMS, N. P. In defense of exclusionary reasons. Philosophical Studies, v. 178, n. 1, p. 235-253, jan. 2021.

ALEXANDER, L. Pursuing the good-indirectly. Ethics, v. 95, n. 2, p. 315-332, Jan. 1985.

ALEXANDER, L. The gap. Harvard Journal of Law & Public Policy, v. 14, n. 3, p. 695-701, 1991.

ARNESON, R. Sophisticated rule consequentialism: some simple objections. Philosophical Issues, v. 15, n. 1, p. 235-251, Oct. 2005.

CARD, R. F. Inconsistency and the theoretical commitments of Hooker’s rule-consequentialism. Utilitas, v. 19, n. 2, p. 243-258, Jun. 2007.

CLARKE, D. S. Exclusionary reasons. Mind, v. LXXXVI, n. 342, p. 252-255, 1977.

DANCY, J. Practical shape: a theory of practical reasoning. Oxford: Oxford University Press, 2018.

DARWALL, S. Demystifying promises. In: SHEINMAN, H. (ed.). Promises and agreements: Philosophical essays. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 255-276.

EGGLESTON, B. Conflicts of rules in Hooker’s rule-consequentialism. Canadian Journal of Philosophy, v. 37, n. 3, p. 329-349, Sept. 2007.

GANS, C. Mandatory rules and exclusionary reasons. Philosophia, v. 15, n. 4, p. 373-394, Jan. 1986.

GIBBARD, A. F. Rule-utilitarianism: merely an illusory alternative? Australasian Journal of Philosophy, v. 43, n. 2, p. 211-220, Jan. 1965.

GILBERT, M. Three dogmas about promising. In: SHEINMAN, H. (ed.). Promises and agreements: Philosophical essays. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 80-108.

HOOKER, B. Ideal code, real world: a rule-consequentialist theory of morality. Oxford: Oxford University Press, 2000.

HURD, H. M. Moral combat. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

KAHN, L. Rule consequentialism and disasters. Philosophical Studies, v. 162, n. 2, p. 219-236, Jan. 2013.

KANT, I. Practical philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

LYONS, D. Forms and limits of utilitarianism. Oxford: Clarendon Press, 1965.

MOORE, M. S. Authority, law, and Razian reasons. Southern California Law Review, v. 62, p. 827-896, 1989.

OWENS, D. The problem with promising. In: SHEINMAN, H. (ed.). Promises and agreements: Philosophical essays. Oxford: Oxford University Press, 2011. p. 58-79.

PATON, H. J. The categorical imperative: A study in Kant’s moral philosophy. London: Hutchison, 1947.

PERRY, S. R. Second-order reasons, uncertainty and legal theory. Southern California Law Review, v. 62, p. 913-994, 1989.

PILLER, C. Kinds of practical reasons: Attitude-related reasons and exclusionary reasons. In: MIGUENS, S.; PINTO, J. A.; MAURO, C. E. (ed.). Analyses. Porto: Porto University, 2006. p. 98-105.

RAWLS, J. Two concepts of rules. The Philosophical Review, v. 64, n. 1, p. 3-32, Jan. 1955.

RAZ, J. Permissions and supererogation. American Philosophical Quarterly, v. 12, n. 2, p. 161-168, 1975.

RAZ, J. Facing up: A reply. Southern California Law Review, v. 62, p. 1153-1237, 1989.

RAZ, J. Engaging reason: on the theory of value and action. Oxford: Oxford University Press, 1999a.

RAZ, J. Practical reason and norms. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 1999b.

RAZ, J. The authority of law: essays on law and morality. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 2009.

RAZ, J. Exclusionary reasons. SSRN Electronic Journal, 2021. Available at: https://www.ssrn.com/abstract=3933033 Access on: 24 Feb. 2022.

REGAN, D. H. Reasons, authority, and the meaning of “obey”: Further Thoughts on Raz and Obedience to Law. Canadian Journal of Law & Jurisprudence, v. 3, p. 3-28, 1990.

SCANLON, T. What we owe to each other. Cambridge, Mass: Belknap Press of Harvard University Press, 1998.

SCHAUER, F. F. Rules and the rule of law. Harvard Journal of Law & Public Policy, v. 14, n. 3, p. 645-695, 1991.

SIDGWICK, H. The methods of ethics. 7. ed. London: Palgrave Macmillan, 1962.

SINGER, P. Practical ethics. 3. ed. New York: Cambridge University Press, 2011.

SMART, J. J. C. Extreme and restricted utilitarianism. The Philosophical Quarterly, v. 6, n. 25, p. 344-354, Oct. 1956.

SMITH, H. M. A paradox of promising. The Philosophical Review, v. 106, n. 2, p. 153-196, Apr. 1997.

WHITING, D. Against second-order reasons. Noûs, v. 51, n. 2, p. 398-420, Jun. 2017.

Received: 30/06/2023 – Approved: 20/11/2023 – Published: 25/03/2024

Publicado

25-03-2024 — Atualizado em 26-03-2024

Versões

Como Citar

Faggion, A. (2024). Existem razões excludentes? Uma investigação sobre um terceiro tipo de razões excludentes. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 47, e02400133. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/14779 (Original work published 25º de março de 2024)

Edição

Seção

Vol. 47, n. 2 - Perspectivas femininas no pensamento filosófico (2024)