Virtude: o humanismo católico no Consilium de emendanda ecclesia

Autores

  • Ming Yin Shanghai Normal University

DOI:

https://doi.org/10.1590/0101-3173.2023.v46n3.p181

Palavras-chave:

Virtude, Humanismo católico, Reforma Católica, Virtude política

Resumo

O artigo focaliza a questão da possibilidade de ver a reforma da Igreja Católica, no século XVI, e sua relação com a virtude como uma questão importante no estudo da filosofia humanista. Os humanistas enfatizam que a educação das virtudes é a base para cultivar a personalidade e acreditam que restaurar as virtudes da Igreja é a “cura” para os males da Igreja moderna primitiva. O Consilium de emendanda ecclesia (1537) é a prática da virtude dos humanistas católicos. Isso se reflete em propostas para fortalecer as normas educacionais e as disciplinas sociomorais e enfatizar o aperfeiçoamento da virtude clerical, como força motriz da reforma. Além disso, sob a orientação da ética das virtudes, a política das virtudes torna-se a ideologia orientadora da prática política desses humanistas, na qual reconhecem a autoridade do Papa e da Igreja, associando a virtude à legitimidade do poder. A filosofia da virtude, em Consilium, forma o fundamento ideológico para a reforma da Igreja Católica. O antigo erudito chinês Dong Zhongshu (179-104 a.C.) praticava uma política de virtude semelhante. Em Luxuriant Gems of the Spring and Autumn, ele combinou a legitimidade do governo com a virtude baseada no direito divino dos reis, perpetuando assim o conceito confucionista de “sábio”. Ming Yin mostra que tanto os humanistas católicos quanto Dong enfatizaram a importância da virtude dos governantes como agentes de Deus.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

Referências

BEJCZY, Istvan P. Virtue as an end in itself: the medieval unease with a stoic idea. In: MACDONALD, ALASDAIR A.; VON MARTELS, ZWEDER R. W. M.; VEENSTRA, JAN R. (ed.). Christian humanism: essays in honor of arjo vanderjagt. Leiden–boston: brill, 2009 (studies in medieval and reformation traditions, 142).

BEQUETTE, John P. (ed.). A Companion to Medieval Christian Humanism: Essays on Principal Thinkers. Leiden: Brill, 2016. p. 5-20.

BRITANNICA. The Editors of Encyclopedia. “Virtue ethics”. Encyclopedia Britannica, 9 Jun. 2017. Available at: https://www.britannica.com/topic/virtue-ethics. Accessed on: 10 Oct. 2022.

DONG, Zhongshu. Luxuriant gems of the spring and autumn. Trans. Sarah A. Queen and John S. Major. New York: Columbia University Press, 2015. p. 186-519.

ELISABETH, G. Gleason. The Oxford Encyclopedia of the Reformation (Volume 1). Hans J. Hillerbrand, ed. Oxford: Oxford University Press, 1996. p. 415 -417.

GONZALEZ, Justo, L. A History of Christian Thought, Vol. 3: From the Protestant Reformation to the Twentieth Century. New York: Abingdon Press, 1971. p. 239.

JOHN, C. Olin (ed.). The Catholic Reformation: Savonarola to Ignatius Loyola Reform in the Church 1459-1540. New York: Harper & Row, 1969 (XIII. The Consilium de emendanda ecclesia,1537). p. 182-197.

JOHN, F. D’Amico. Renaissance Humanism in Papal Rome: Humanists and Churchmen on the Eve of the Reformation. Baltimore: The Johns Hopkins University Press 1983, p. 220-222.

JOS, E.Vercruysse. Die Kardin le von Paul III. Archivum Historiae Pontificiae, v. 38. p. 50-60, 2000.

LINDSAY, Thomas Martin. A History of the Reformation. V. 2. New York: C. Scribner’s Sons, 1906.

LINES, David A.; EBBERSMEYER, Sabrina (ed.). Rethinking Virtue, Reforming Society: New Directions in Renaissance Ethics, c.1350-c.1650. Turnhout: Brepols, 2013. p. 310-312.

O’REILLY, Clare. Without Councils We Cannot Be Saved...’ Giles of Viterbo Addresses the Fifth Lateran Council. Augustiniana, v. 27, n. 1/2, p. 166-204, 1977.

SCHMITT, Charles B. et al. (ed.). The Cambridge History of Renaissance Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1988. p. 195, 304-306.

SINCLAIR, Johanna. Sixteenth-Century Renaissance Utopianism: Conceptions of Ideal and Virtuous Governments in Gasparo Contarini’s Treatise on Venice and Thomas More’s Utopia. Comitatus: A Journal of Medieval and Renaissance Studies, v. 51, n.1 p. 140, 2020.

SKINNER, Quentin. The Foundations of Modern Political Thought, Vol. 2: The Age of Reformation. Cambridge: Cambridge University Press, 1978. p. 87-88.

SKINNER, Quentin. Visions of politics. V. 2: Renaissance Virtues. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. p. 216-221.

SNOW, Nancy, E. (ed.). The Oxford Handbook of Virtue. New York: Oxford University Press, 2018. p. 491-507.

SOUTHGATE, W. M. Erasmus: Christian Humanism and Political Theory. History, v. 40, n.140, p. 245, 1955.

THOMAS, Aquinas, St. The Summa Theologica, Volume II. Translated by Father Laurence Shapcote. Chicago: Encyclopedia Britannica, 1990. p. 60-61 (Great Books of the Western World, Volume 18).

ZIMMERMANN, Jens (ed. Re-envisioning Christian humanism: education and the restoration of humanity. Oxford University Press, 2017. p. 2-10.

Received: 16/10/2022

Approved: 16/01/2023

Publicado

15-06-2023

Edição

Seção

Artigos e Comentários

Como Citar

YIN, Ming. Virtude: o humanismo católico no Consilium de emendanda ecclesia. Trans/Form/Ação, Marília, SP, v. 46, n. 3, p. 181–200, 2023. DOI: 10.1590/0101-3173.2023.v46n3.p181. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/13854.. Acesso em: 21 nov. 2024.