A produção racional em regime histórico de fé
com vistas à ciência
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0101-31731984000100001Palavras-chave:
Ciência, fé, diálogo, discurso, intérprete, filosofiaResumo
Em razão das diferenças das respectivas pertinencias, não há diálogo direto possível entre ciência e fé teologal. Não há nada de estranho nisso, pois o mesmo ocorre entre uma ciência e outra, entre ciência e filosofia e até entre ciência e cultura geral. Cada ciência é uma estrutura fechada, fala apenas sua língua, ignorando as demais. Mas isso não quer dizer que não seja possível o diálogo entre diversas espécies ou diversos gêneros de discurso. É a mediação de intérpretes que o viabiliza, e a filosofia é o seu agente privilegiado. Por sua natureza, e desde que assistida por intérpretes que podem estar acumulados no próprio filósofo, a filosofia é apta a conduzir um diálogo universal. Por aquilo que ela transcende, a filosofia mantém fronteiras com as ciências e com a cultura geral; por aquilo que a transcende, ela mantém fronteiras com a teologia. Esta última marca, ela a deve ao estado em que se encon tra, que é de um regime histórico de revelação e de fé.
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