O Infinito e a Vida em Hegel
apontamentos a partir do terceiro capítulo da "Fenomenologia do Espírito"
DOI:
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2021.v44n3.33.p433Palavras-chave:
Dialética, Infinito, VidaResumo
Um dos maiores percalços para a compreensão da lógica dialética de Hegel encontra-se na relação peculiar que ela estabelece entre finito e infinito. Mais precisamente, na tese da imanência dinâmica do finito no infinito, que permite ao pensamento hegeliano sustentar e compreender as contradições inerentes ao real, sem dissolvê-las ou fixá-las, por exemplo, ao modo kantiano. Tal problemática aparece de modo mais explícito, por exemplo, ao final do terceiro capítulo da Fenomenologia do Espírito, e demarca uma das inflexões mais importantes da obra, justamente no momento em que a consciência se depara com a infinitude e, por conseguinte, com a Vida enquanto movimento do próprio Espírito. É este agenciamento, que auxilia a desvendar algumas das linhas de força da dialética de Hegel, que iremos reconstruir neste artigo.
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Recebido: 30/8/2020
Aceito: 18/11/2020
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