Diagnóstico precoce da neuropatia diabética e profilaxia do pé diabético

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v33.14252

Palavras-chave:

diabetes mellitus, neuropatia diabética, angiopatia diabética, doença vascular diabética, pé diabético, neuropatia

Resumo

Introdução: o pé diabético é uma das complicações mais sérias do diabetes mellitus. Cerca de 50% das amputações não traumáticas ocorrem nesses pacientes. Além disso, é um importante problema de saúde pública por ser um distúrbio metabólico crônico e complexo que se caracteriza pelo comprometimento do metabolismo da glicose associada a outras complicações em órgãos essenciais para manutenção vital.

Objetivo: avaliar a sensibilidade e especificidade para neuropatia diabética da autoavaliação e do exame físico de Michigan nos diabéticos tipo 1 e tipo 2.

Método: trata-se de um estudo transversal. Foi utilizada a classificação “Michigan Neuropathy Screening Instruments” para avaliação do grau de neuropatia periférica, em que os participantes responderam ao questionário e foram avaliados quanto a presença de lesões nos pés. Todos os participantes foram estratificados quanto ao risco de desenvolver úlcera nos pés de acordo com o protocolo do IWGDF.

Resultados: a amostra contou com 200 participantes. Quanto à classificação do IWGDF, 23 pacientes foram classificados como risco moderado (11,50%) e 61 como alto risco para o desenvolvimento de úlceras nos pés (30,50%). Utilizando-se um corte de 2,5 na pontuação do exame físico para diagnosticar a neuropatia, foi obtida uma sensibilidade de 97,62% e uma especificidade de 47,41%. Utilizando-se uma pontuação maior ou igual a 6 na autoavaliação para o diagnóstico de neuropatia, foi obtida uma sensibilidade de 50,00% e uma especificidade de 94,83%.

Conclusão: a associação do exame físico de Michigan (alta sensibilidade) com a autoavaliação (alta especificidade) tem melhor acurácia para o diagnóstico de neuropatia diabética.

Referências

Boulton AJM. Diabetic neuropathy and foot complications, Handb. Clin. Neurol. 126 (2014) 97–107.

Rodrigues D et al. Comparação da prevalência de neuropatia e dos testes de screening para neuropatia diabética (Neuropathy Disability Score versus Michigan Neuropathy Screening Instrument) em homens e mulheres: diabéticos, obesos pré-diabéticos, obesos com síndrome metabólica, (2017).

Oh J. Clinical spectrum and diagnosis of diabetic neuropathies, Korean J. Intern. Med. 35 (2020) 1059.

Sebastianes FM., Zanoni PH, Feitosa ACR, Nery M., Parisi MC. Comparação entre o Teste de Senso de Posição Articular (TSPA), Teste do Diapasão (TD), Exame do Monofilamento de Semmes-Weinstein (EMSW) e Instrumento de Rastreio de Neuropatia de Michigan (QMNSI) na sensibilidade do diagnóstico da polineuropatia diabétic, Rev. Med. 100 (2021) 246–253.

Schaper NC., Van Netten JJ., Apelqvist J et al. Board, Practical guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease (IWGDF 2019 update), Diabetes. Metab. Res. Rev. 36 (2020) e3266.

Oliveira F, Botelho K, Bezerra A, et al. Cross-cultural adaptation to Brazilian Portuguese of the Michigan Neuropathy Screening Instrument: MNSI-Brazil. Arquivos de neuropsiquiatria, 2016; 74 (8): 653661

Harati Y. Diabetic neuropathies: unanswered questions, Neurol. Clin. 25 (2007) 303–317.

Faselis C, Katsimardou A, Imprialos K et al. Microvascular complications of type 2 diabetes mellitus, Curr. Vasc. Pharmacol. 18 (2020) 117–124.

Verge VMK, Andreasse CS, Arnason TG, Andersen H. Mechanisms of disease: role of neurotrophins in diabetes and diabetic neuropathy, Handb. Clin. Neurol. 126 (2014) 443–460.

Malik RA, Tesfaye S, Ziegler D. Medical strategies to reduce amputation in patients with type 2 diabetes, Diabet. Med. 30 (2013) 893–900.

Costa WJT, Abreu LC, Antunes TPC, Souza JL, de Castro JM, Rocha JBF, Penha-Silva N, Bezerra IMP. Prevalence of diabetic foot and its risk factors in the State of Espirito Santo, Brazil.J Hum Growth Dev. 2023; 33(1): 33-43. DOI: http://doi.org/10.36311/jhgd.v33.14295

Peltier A, Goutman SA, Callaghan BC. Painful diabetic neuropathy [published correction appears in BMJ. 2014;348:g3440]. BMJ. 2014;348:g1799. Published 2014 May 6. doi:10.1136/bmj.g1799

Publicado

2023-08-14

Edição

Seção

ORIGINAL ARTICLES