Políticas educacionais e gênero: desafios e polêmicas atuais
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2020.v21esp.04.p37Palabras clave:
Gênero, Educação, ConservadorismoResumen
Nos últimos anos, uma verdadeira “cruzada antigenêro” tem tomado conta da agenda política de uma parte conservadora e reacionária da sociedade brasileira que não foi capaz de absorver as discussões e o avanço dos estudos de gênero no país. Tendo em vista esse novo cenário, o objetivo principal deste ensaio teórico, que lançou mão de diferentes referências bibliográficas relativas aos estudos de gênero, é refletir acerca deste conceito, cujo caráter social é enfatizado, e destacar como tais questões foram incorporadas nos documentos oficias de educação. Buscamos, ainda, identificar os efeitos das investidas em torno da problemática de gênero que se caracteriza pelo desprezo ao conhecimento científico da área, gerando consequências negativas para a formação das futuras gerações, uma vez que pretende excluir da escola o debate sobre o tema, tornando-o tão urticante quanto há tempos buscam fazer com o feminismo. Ao final, discutimos alguns dados acerca da assimetria entre os gêneros no Brasil, reiterando a necessidade da incorporação deste debate no ambiente educativo, bem como a postura de resistência frente ao momento em que os direitos humanos no país estão ameaçados.
Descargas
Referencias
AUAD, Daniela. Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola. São Paulo: Contexto, 2006.
BARRIG, Maruja. El mundo al revés: imágenes de la mujer indígena. Buenos Aires: Clacso, 2001.
BUCCI, Maria Laura Dallari. Buscando um conceito de políticas públicas para a concretização dos direitos humanos. In: BUCCI, Maria Paula Dallari et al (Org.). Direitos humanos e políticas públicas. São Paulo: Pólis, 2001.
BURBULES, Nicholas; TORRES, Carlos Alberto. Globalização e Educação: perspectivas críticas. Porto Alegre: Artmed, 2004.
BUTLER, Judith. Quadros de Guerra: quando uma vida é passível de luto? 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
CAIADO, Kátia Regina Moreno. Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiências: destaques para o debate sobre a educação. Revista Educação Especial, Santa Maria/RS, v. 22, n. 35, p. 329-338, set./dez. 2009.
CARNEIRO, Maria Elizabeth Ribeiro. Procura-se uma “Preta com muito bom leite, prendada e carinhosa”: uma cartografia das amas-de-leite na sociedade carioca, 1850- 1888. Tese (Doutorado em História) – Universidade de Brasília. Brasília, 2006.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DESLANDES, Keila. Formação de professores e Direitos Humanos: construindo escolas promotoras da igualdade. Belo Horizonte: Autêntica Editora; Ouro Preto-MG: UFOP, 2015.
FRASER, Nancy; HONNETH, Axel. ¿Redistribución o reconocimiento? Madrid: Morata, 2006.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 16a. ed. Rio de Janeiro: Jose? Olympio, 1973.
FURLANI, Jimena. Existe “ideologia de gênero”. [Entrevista cedida a] Angela Dip. Pública, São Paulo, v. 30, 2016. Disponível em: https://apublica.org/2016/08/existe-ideologia-de-genero/. Acesso em: 25 dez. 2018.
LIBÂNEO, José Carlos. Políticas educacionais no Brasil: desfiguramento da escola e do conhecimento escolar. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v. 46, n. 159, p. 38-62. jan./jun. 2016.
LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
MARTINEZ, Silvia Alicia. Questões de gênero e formação de professores/as. In.: CANDAU, Vera Maria (Org.). Magistério: construção cotidiana. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
MOREIRA, Antonio Flávio; CANDAU, Vera Maria (Orgs.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
NOTA de repúdio. Disponível em:< http://www.cadastro.anpepp.org.br/download/download?ID_DOWNLOAD=278>. Acesso em: 15 jan. 2019.
PINSKY, Carla. Gênero. In.: PINSKY, Carla (Org.). Novos temas nas aulas de História. 2. ed.. São Paulo: Contexto, 2015.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil da análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, 71-99, jul./dez., 1995.
SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, patriarcado violência. 2. Ed. São Paulo: Expressão Popular; Fundação Perseu Abramo, 2015.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histo?rico-cri?tica: primeiras aproximac?o?es. 10. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.
SIQUEIRA, Breenda Karolainy Penha. Feminismo negro como movimento social e político. Trabalho de Conclusão de Curso. Centro Universitário Toledo, 2018. pp. 1-12.
SILVA, André Luiz Batista da; SOUZA, Maria Antônia de. Movimentos conservadores no âmbito da educação no Brasil: disputas que marcaram a conjuntura 2014 a 2018. Crítica Educativa, Sorocaba/SP, v. 4, n. 2, p. 7-23, jul./dez. 2018.
SILVA, Ivanderson Pereira da. Em busca de significados para a expressão-ideologia de gênero. Educação em Revista (online), Belo Horizonte, v. 34, p. 1-30, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698190810.
SUBIRATS, Marina; BRULLET, Cristina. Rosa y Azul. La transmission de los géneros en la escuela mixta. Madri: Colomina, 1988.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 International License: são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.