Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas
e-ISSN: 1984-1655
Versão OJS 3.4.0.5
atualizado 10/06/2024
O termo francês "schème”, que intitula nossa revista, foi escolhido por expressar uma noção central das Epistemologia e Psicologia Genéticas, em especial, no que concerne aos schèmes d'action. O termo permeia toda a obra de Jean Piaget (a gênese dos schèmes d'action é detalhadamente estudada por Piaget em La naissance de l'intelligence chez l'enfant) e, em especial, é famosa a passagem do livro Biologie et connaissance (Paris: Gallimard, 1967, p.14-15) que diz que: “[…] todo conhecimento está ligado a uma ação e que conhecer um objeto ou acontecimento é os utilizar, assimilando-os aos esquemas de ação (schèmes d'action)”.
O termo “Schème” é traduzido, em geral, pelo termo português “esquema”. Entretanto, este não traduz toda a riqueza de sentido que aquele possui. Em especial, não traduz a distinção entre schème e schéma, tão cara a expressão rigorosa do pensamento de Piaget. Por exemplo, Piaget, em L'image mentale chez l'enfant (Paris: Presses Universitaires de France, 1966, p. 431) escreve: “Se chamarmos 'schème' a um instrumento de generalização que permite destacar os elementos comuns a condutas análogas sucessivas, então existem schèmes perceptivos tal como schèmes sensório-motores, schèmes operatórios, etc.; e existem também, nesse sentido, os schèmes imagéticos que permitem ao sujeito construir imagens análogas em situações comparáveis.
Mas se chamarmos 'schéma' a um modelo simplificado destinado a facilitar a apresentação (como um esquema topográfico, etc.), então não existem schémas perceptivos, pois o schéma serve apenas à evocação e a figuração, enquanto a figuração imagética é esquematizada sobretudo no sentido do schéma, embora comportando a possibilidade de schèmes”.
Apesar das diferenças de acepções, o termo “esquema” já se consagrou na tradução de “schème”. E se escolhemos “schème” ao invés de “esquema” para intitular nossa revista, não foi para rivalizar com a escolha adotada, mas para remeter à necessidade de um estudo profundo dos temas tratados pela Epistemologia Genética e pela Psicologia Genética.