DOCÊNCIA E HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-1655.2022.v14.n2.p5-41Palavras-chave:
Epistemologia do professor de Matemática, História da Matemática, Historicidade ou gênese histórica, Concepção epistemológica, Construção das matem´áticasResumo
O texto apresenta a quinta parte da pesquisa Epistemologia do Professor de Matemática; fase internacional, cujos dados foram coletados no Peru, no Chile e no Uruguai, mediante entrevistas a 17 professores de todos os níveis de ensino. O objetivo é o de identificar as concepções epistemológicas docentes que fundamentam o ensino de Matemática e verificar se tais concepções assemelham-se às encontradas no Brasil. O objetivo específico desta análise é saber como os docentes concebem os processos históricos de formação dos conhecimentos matemáticos. Analisam-se, para isso, as respostas às questões 15 a 19 – dentre as 24 da pesquisa – que tratam de história da Matemática. As concepções epistemológicas mostram que quase não há lugar para a compreensão de que os conhecimentos matemáticos resultam de processos construtivos humanos, que obedecem a uma evolução temporal do mais simples ao mais complexo. Ao contrário, sintonizam (com o que foi constatado por análises anteriores desta pesquisa, já publicadas em outros artigos) com a concepção de que eles resultam da pressão do meio, exercida pelo ensino (empirismo), e que a aprendizagem dela decorrente é possibilitada por estruturas lógicas inatas (apriorismo). Confirma-se, portanto, a presença predominante de concepções epistemológicas empiristas, sustentadas por concepções epistemológicas aprioristas, sem que os docentes tenham consciência da contradição que vivem. As respostas obtidas assemelham-se às de docentes brasileiros quanto à ausência de concepção de história como processo formador, reduzindoa, com raras exceções, à sucessão de fatos sem a necessária conexão entre eles; ausência do sentido de gênese e desenvolvimento histórico – sentido encontrado em poucas respostas de alguns docentes. A referência teórica básica é a Epistemologia Genética piagetiana.
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