O ENUNCIADO NO PENSAMENTO ARQUEOLÓGICO DE MICHEL FOUCAULT

Autores

  • Tiago Brentam Perencini Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2015.v7n15.5709

Palavras-chave:

Michel Foucault, Arqueologia, Enunciado, Saber, Análise do Discurso

Resumo

Este artigo pretende especificar o enunciado no pensamento arqueológico de Michel Foucault. Enfocarei a obra A arqueologia do saber (1969) porque nela se clarifica tanto a noção de saber (savoir), como as especificidades de uma arqueologia enquanto procedimento de pesquisa que escapa as tradicionais formas de epistemologia e de história. O enunciado será o conceito fundamental para pensar a arqueologia como procedimento filosófico de pesquisa, posto que fundamenta a formação discursiva a partir de arquivos. Parto da hipótese de que o enunciado permite à arqueologia não se direcionar como extensão da lógica ou da gramática. Em lugar de se identificar como proposição, frases ou speech acts, o enunciado é uma função de existência que as corta. Nesse sentido, estabelece relações distintas à maneira eminentemente científica. Articula-se (a) com outros domínios de objetos - referencial; (b) na relação com um sujeito - função determinada, vazia e variável; (c) outros enunciados - domínios associados; (d) para aparecer como materialidade possível de ser repetida. Espero que esse artigo possa contribuir para aqueles que se tem dedicado à análise do discurso no interior da obra de Michel Foucault como uma possibilidade filosófica de pesquisa, que cruza demais áreas do conhecimento, como a história e/ou as ciências.

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Publicado

2016-01-02

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Seção

Artigos