SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DA VIDA ‘ALÉM-TÚMULO’ PARA EPICURO E LUCRÉCIO

Autores

  • Rogério Lopes dos Santos Mestrando em Filosofia pela Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2014.v6n12.4799

Palavras-chave:

Epicuro, Lucrécio, ἀταραξία, ψυχή, Animus, Anima

Resumo

O objetivo do presente trabalho é apresentar os argumentos de Epicuro contra a crença em uma vida além-túmulo. Epicuro se opôs a essa crença porque ela culminava no medo da morte, mais especificamente no medo de castigos divinos. No intuito de dissipar esse fator de perturbação mental, Epicuro desenvolveu a tese de que a “morte nada é para nós” (οὐδὲν πρὸς ἡμᾶς), pois, uma vez que representa a privação dos sentidos (αἴσθησις), a morte surge como o fim da possibilidade de nos relacionarmos com o mundo. Com esse raciocínio Epicuro pretendia mostrar a impossibilidade de uma cisão entre ‘corpo’ e ‘alma’ (ψυχή – psychē) na qual seria possível (para quem assim acreditava) uma existência da alma sem o corpo. Veremos como os argumentos de Epicuro se desenvolvem mediante três considerações: (a) a crítica de Lactâncio em relação a tese de Epicuro; (b) de que modo ocorre a relação entre corpo e psychē, segundo Epicuro, no intuito de mostrar a impossibilidade de uma separação entre esses dois compostos atômicos; (c) de que modo ocorre a relação entre corpo e psychē, segundo Lucrécio, a partir dos conceitos animus e anima.

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Publicado

2014-12-18

Edição

Seção

Artigos