ALBERT CAMUS: A RECONFIGURAÇÃO DO MUNDO ATRAVÉS DA ARTE

Autores

  • Gabriel Leva Doutorando em Psicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) https://orcid.org/0000-0002-5477-0348
  • Reinaldo Furlan Professor Associado do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) https://orcid.org/0000-0003-2117-3886

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2024.v16n40.p197-222

Palavras-chave:

Albert Camus, Arte, Ética, Absurdo, Revolta

Resumo

Neste artigo buscamos investigar o papel da arte no pensamento e obra de Albert Camus. Para isso, avançamos em seus principais ensaios: O mito de Sísifo e O homem revoltado, na tentativa de sintetizar suas ideias acerca da criação absurda e da arte revoltada. Consideramos que a criação absurda, pensada n’O mito... sofrerá uma expansão explosiva no segundo ensaio do autor. Se, inicialmente, a arte para Camus devia expressar a fratura do homem e seu mundo, a consciência de nossa própria absurdidade, a arte revoltada revela o movimento inicial de todas as subjetividades humanas: a estilização de um mundo sem sentido. Dessa forma, a criação artística deixa de ser unicamente uma escola de paciência, lucidez e multiplicação diante de uma experiência humana que carece de unidade e sentido, tornando-se a expressão mais proeminente dessa própria condição. O revoltado e o artista compartilham as mesmas exigências, éticas e estéticas, afinal, a própria revolta é, em parte, uma exigência estética. Desse modo, buscamos expor e elucidar os conceitos camusianos em torno da arte, absurda ou revoltada, e seus desdobramentos para uma ética estilizada.

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Publicado

2024-08-22

Edição

Seção

Artigos