SOBRE A MORAL DO DEVER-SER DE KANT: ESCOLHA DA MORAL DO DEVER-SER E GARANTIAS PARA PODER-ACONTECER
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p217-240Palavras-chave:
Kant, Moral, Dever-ser, Filosofia prática, SubjetivaçãoResumo
Este artigo reflete sobre a escolha de Kant por uma moral do dever-ser para sua filosofia prática. Para tanto, investiga-se os domínios escolhidos pelo filósofo para sustentar sua argumentação e os processos de subjetivação que dão "garantias" para a moral do dever-ser poder acontecer. O artigo se desenvolve em três partes: apresentação da questão filosófica: ser-dever-ser; preleção dos domínios do costume, doutrinas ético-legais e autoridade; e arguição sobre a importância da obrigação, obediência e comando na moral do dever-ser. O artigo questiona que Kant, apesar do aspecto formal, considera sua filosofia prática exequível. Diante disso, segue uma discussão na qual o dever é apresentado tanto como princípio fundamental da consciência moral quanto como aspecto inerente ao comportamento humano. Logo, a hipótese analisada busca destacar como a influência do contexto cultural disciplinar pode ter contribuído para a teoria moral kantiana. A conclusão considera que a harmonia entre moral e dever envolve processos de subjetivação aptos a prestar 'garantias' à moral do dever-ser.
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