DESFAZENDO SEXO: UMA GENEALOGIA DOS CONCEITOS DE SEXO BIOLÓGICO E GÊNERO

Autores

  • Izabel Rizzi Mação Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), https://orcid.org/0000-0001-5421-0837
  • Davis Moreira Alvim Professor do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES) https://orcid.org/0000-0002-9379-0587
  • Alexsandro Rodrigues Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) https://orcid.org/0000-0002-5998-4978

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2021.v13n34.p231-252

Palavras-chave:

Gênero, Sexo, Genealogia, Corpo, Feminismo

Resumo

O conceito de gênero costuma ser utilizado para se referir aos aspectos socioculturais inscritos no feminino e no masculino, opondo-se às visões biologizantes sobre a distinção sexual. Apesar da vasta importância crítica do conceito, especialmente para os estudos feminista, percebe-se que, com alguma regularidade, sua definição é relacionada ao chamado sexo biológico – uma instância natural ou anterior à construção social dos gêneros. Na tentativa de compreender os efeitos derivados dessa relação, considera-se esses conceitos desde um prisma genealógico, abrindo duas linhas de análise entrelaçadas. Com a primeira delas, realiza-se uma incursão por literaturas feministas e estudos dedicados ao gênero que aproximam – ou distanciam – o sexo biológico do gênero. Na segunda linha é realçado o caráter artificial da distinção sexual e da noção de natureza, concluindo-se pela recusa da relação dualista firmada entre sexo e gênero.

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Publicado

2021-07-08

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Artigos