O RISCO DAS FACÇÕES NA REPÚBLICA SEGUNDO ROUSSEAU

Autores/as

  • Vital Francisco Celestino Alves Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). É professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal.

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n30.11.p154

Palabras clave:

Facções, Vontade geral, Corrupção política, República

Resumen

O tema das associações parciais ou facções encontra-se diretamente ligado à noção de vontade geral e se constitui em um importante objeto de análise no pensamento político de Rousseau. Sob a pena do filósofo genebrino, as facções são compreendidas de maneira negativa e reconhecidas como uma das causas da corrupção política na república. Buscando analisar porque Rousseau considera às facções nocivas e que tais associações parciais podem contribuir para o surgimento da corrupção política na república, o presente artigo se desdobrará em quatro partes: na primeira, analisar-se-ão as razões pelas quais as facções se configuram em uma ameaça direta à prevalência da vontade geral; na segunda, perscrutar-se-á se as facções podem destruir de forma definitiva a vontade geral; na terceira, examinar-se-á algumas interpretações e principais polêmicas que gravitam em torno do problema das facções, e, por fim, discutir-se-á, visando estabelecer uma reflexão conclusiva, o porquê de as facções poderem engendrar a corrupção política.

Referencias

BACHOFEN, B. La condition de la liberte: Rousseau, critique des raisons politiques. Paris: Payot, 2002.

____________. Intérêt individuel, intérêt privé, intérêt commun – les complications de la notion d’intérêt particulier. In: Philosophie de Rousseau. Paris: Classiques Garnier, 2014.

BERLIN, I. Dois conceitos de liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CONSTANT, Benjamin. A liberdade dos antigos comparada a dos modernos. Textos escolhidos de Benjamin Constant. Org. Marcel Gauchet, In: De la Liberté chez Modernes. Trad. Loura Silveira. Paris: Le livre de Poche, Collection Pluriel, 1980.

DEBRUN, Michel. Algumas observações sobre a noção de vontade geral, no Contrato social. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará. 1962.

DEMULIER, Gaëtan. Rousseau. Paris: Ellipses, 2009.

DERATHÉ, Robert. Jean-Jacques Rousseau et la Science politique de son temps. Paris: VRIN, 1950.

DUGUIT, Léon. Souveraineté et Liberté. Leçons faites à l’Université Columbia (New York), 1920-1921. Paris: Alcan, 1922.

GOLDSCHMIDT, Victor. Antropologie et politique: les príncipes du système de Rousseau. Paris: VRIN, 1974.

JOUVENEL, Bertrand de. Essai sur la politique de Rousseau. Paris: Hachette, 1947.

KAIN, Philip J. Rousseau, The general will, and individual liberty. In History of Philosophy Quartely. Illions: University of Illions Press. vol 7. n. 3. (1990) p.315-334.

LAUNAY, M. Jean-Jacques Rousseau, écrivan politique. Grenoble: CEL/ACER, 1971.

MAQUIAVEL, N. História de Florença. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

PLATÃO. A república. São Paulo: Nova Cultural, 1997. (Os Pensadores).

REIS, H.E. Sobre a construção do consenso: uma abordagem da vontade geral. In Genildo Ferreira da Silva. (Org.). Rousseau e o Iluminismo. Salvador – BA: Arcádia, 2009, p., 99-108.

ROUSSEAU, J.-J. Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, V. I, II, III et IV – 1959, 1961, 1964, 1969. (Bibliothèque de La Pléiade)

____________. Do Contrato Social. Tradução de Lourdes Santos Machado; Introdução e notas de Paul Arbousse-Bastide e Lourival Gomes Machado São Paulo: Nova Cultural, 1997. (Os Pensadores).

____________. Rousseau e as relações internacionais. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado e Editora Unb, 2003.

SPECTOR, Céline. Rousseau: les paradoxes de l’autonomi démocratique. Paris: Michalon Éditeur, 2015.

VIROLI, Maurizio. Jean-Jacques Rousseau and the ‘well-ordered society’. Cambridge: Cambridge University Press. UK, 2002.

Publicado

2019-12-31

Número

Sección

Artigos