UM CASO EXEMPLAR DE IDEOLOGIA CIENTÍFICA NO SÉCULO XX: O BEHAVIORISMO RADICAL DE B.F. SKINNER

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n28.04.p38

Palabras clave:

Canguilhem, Skinner, Ideologia científica, Behaviorismo radical, Biopolítica

Resumen

Ao final de sua obra, entre as décadas de 1960-1970, Georges Canguilhem cunhou o termo “ideologia científica” para designar certos saberes que reivindicam para si o estatuto de cientificidade, mas que apenas emprestam modelos científicos de outras áreas e as degeneram, desviando-lhes a finalidade para servirem a ideologias sociais, políticas ou econômicas. Em 1956, Canguilhem já havia desferido seu ataque ao behaviorismo, mas a obra de Skinner ainda não era de seu conhecimento. Apenas numa conferência de 1980 é que Canguilhem irá se referir ao behaviorismo radical e ao seu principal conceito, o de operante. Propomos reconhecer a inovação produzida por Skinner no âmbito do behaviorismo em toda a sua originalidade, mostrando contudo que ela dá continuidade ao projeto de Watson de conceber os seres vivos como funções derivadas do meio, o que ainda está circunscrito ao que Canguilhem denominou como uma “ideologia científica” com relação às ciências da vida.

Referencias

BECHTEREV, W. (1965). Psicologia objetiva. Buenos Aires: Paidós.

CANGUILHEM, G. (1955). La formation du concept de réflexe aux XVIIe et XVIIIe siècles. Paris: PUF.

______. (2012 [1946]). O vivente e seu meio. Em G. Canguilhem, O conhecimento da vida (V. L. Ribeiro, Trad., pp. 139-167). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

______. (2012 [1956]). O que é a psicologia? Em G. Canguilhem, Estudos de história e de filosofia das ciências concernentes aos vivos e à vida (A. Chiquieri, Trad., pp. 401- 418). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

GIANNOTTI, J. A. (1985). O que é fazer? (um estudo sobre B. F. Skinner). Em J. A. ______. Filosofia miúda e demais aventuras (pp. 129-183). São Paulo: Brasiliense.

HULL, C. (1940). Mathematico-Deductive Theory of Rote Learning. New Haven: Yale University Press.

MEEHL, P. E. (1950). On the circularity of the law of effect. Psychological Bulletin, pp. 52-75.

PAVLOV, I. P. (1972). Reflexos condicionados e inibições. Rio de Janeiro: Zahar.

______. (1974 [1927]). O conceito de reflexo e sua extensão. Em I. Pavlov, Os pensadores (R. Moreno, Trad.). São Paulo: Abril Cultural.

POSTMAN, L. (November, 1947). The history and present status of the Law of Effect. Psychological Bulletin, 6, pp. 489-563.

PRADO JR., B. (1985). Breve nota sobre o operante: circularidade e temporalidade. Em B. PRADO JR., Alguns ensaios: filosofia, literatura, psicanálise (pp. 76-85). São Paulo: Max Limonad.

______. (1985). Hume, Freud, Skinner (em torno de um parágrafo de G. Deleuze). Em B. PRADO JR., Alguns ensaios: filosofia, literatura, psicanálise (pp. 30-55). São Paulo: Max Limonad.

SCHICK, K. (May de 1971). Operants. Journal of the experimental analysis of behavior, 3(15), pp. 413-423.

SECHENOV, I. (1965 [1863]). Reflexes of the brain. (S. Belsky, Trad.) Massachussets: MIT Press.

SKINNER, B. F. (1938). The behaviour of organisms. New York: D. Appleton & Company.

______. (1978 [1948]). Walden II: uma sociedade do futuro. (R. M. Saraiva, Trad.) São Paulo: EPU.

______. (1982 [1974]). Sobre o behaviorismo. (M. d. Villalobos, Trad.) São Paulo: Cultrix e EDUSP.

SKINNER, B. F. (1994 [1953]). Ciência e comportamento humano (9a ed.). (J. C. Azzi, Trad.) São Paulo: Martins Fontes.

TILQUIN, A. (1942). Le behaviorisme. Paris: Vrin.

TOLMAN, E. C. (1967 [1932]). Purposive behavior in animals and men. New York: Appleton Century Croft.

WATSON, J. B. (2008 [1913]). A psicologia como o behaviorista a vê. Temas em psicologia, 16(2), pp. 289-301.

Publicado

2019-08-03

Número

Sección

Artigos