DA POESIA À FILOSOFIA: UMA CONTRIBUIÇÃO ATRAVÉS DA NOÇÃO DE JOGO EM HEIDEGGER E HUIZING

Autores/as

  • José Fernando Schuck Doutorando em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n27.06.p60

Palabras clave:

Jogo, Jogo poético, Jogo filosófico, Disposição (Stimmung)

Resumen

No pensamento contemporâneo, a partir do final da década de 1920, a noção de jogo transformou-se em importante dispositivo condutor de interpretações filosóficas, antropológicas e sociológicas. Em alguns autores o jogo surge como modelo estrutural da filosofia e de outras expressões culturais, enquanto Heidegger apresenta o jogo em um sentido mais originário ao identificá-lo como espécie de disposição (Stimmung) que insere e move o humano em direção de mundo. No que concerne a esta temática, dois nomes se destacam: Johan Huizinga e Martin Heidegger. Em Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura (1938), Huizinga conseguiu demonstrar a importância desse elemento onde ninguém soube reconhecer a sua presença ou influência, colocando também em evidência a relação “ontogenética” existente entre “jogo poético” e “jogo filosófico”. Pouco divulgado ainda é o fato de que anos antes, Heidegger, através de preleções ministradas entre 1928 e 1929, teceu importantes e influentes considerações sobre o jogo ao tentar estruturar o que seria uma metafísica do Dasein, perspectiva que toma a filosofia e o filosofar como acontecimento fundamental do ser-aí, o qual, por sua livre transcendência, tenderia à metafísica. O presente artigo expõe sinteticamente as noções de jogo em Heidegger e Huizinga visando preparar caminho para uma reflexão metafilosófica que toma o jogo como elemento originário da poesia e filosofia.

Referencias

AMBROSINI, C. La noción de “juego” en ele pensamiento contemporáneo: su aporte a la reflexión ética sobre la situacion actual. Tese (Doutorado em Filosofia) – Facultad de Filosofia y Letras - Universidad de Buenos Aires, 2003.

CAILLOIS, R. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Trad. José Garcez Palha. – São Paulo: Ed. Ensaio, 1999.

FINK, E. Play as symbol of the world and other writings. Transl. Alexander Moore and Christopher Turner. Boomington – IN: Indiana University Press, 2016.

GADAMER, H-G. Verdade e Método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 6. ed. Trad. Flávio P. Meurer. 3. Ed. Petrópolis – RJ: Vozes, 1999.

HEIDEGGER, M. Introdução à Filosofia. Trad. Marco Antônio Casanova, - 2ª ed. – São Paulo: Editora Martins Fontes, 2009.

______. Ser e Tempo. Parte I. Trad. Marcia Sá C. Schuback. 15ª Ed. Petrópolis RJ: Editora Vozes, 2005.

HUIZINGA, J. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. 5. ed. Trad. João Paulo Monteiro. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2004.

LIMA, L. C. Mímesis: desafio ao pensamento. 2. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2014.

NUNES, B. Heidegger e a poesia. Natureza Humana, n. 2, v. 1. São Paulo, 2000, pp. 103-127.

PLATÃO. Diálogos. Trad. José C. de Souza, Jorge Paleikat e João C. da Costa. – 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. – (Os pensadores)

SCHILLER, F. A educação estética do homem: numa série de cartas. Tradução de Roberto Schwarz e Márico Suzuki. 3ª edição. São Paulo: Iluminuras, 1995.

Publicado

2019-05-03