ARENDT À LUZ DE MONTESQUIEU: A INTERPRETAÇÃO ARENDTIANA DA TEORIA DAS FORMAS DE GOVERNO E A TIPIFICAÇÃO DO TOTALITARISMO

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2024.v16n40.p417-437

Palabras clave:

Hannah Arendt, Montesquieu, Formas de governo, Totalitarismo

Resumen

Este artigo tem o objetivo de explorar a interpretação que Hannah Arendt faz da teoria das formas de governo de Montesquieu e a sua importância para a tipificação do totalitarismo proposta pela autora no ensaio “Ideologia e Terror: uma nova forma de governo”, adicionado como capítulo final da obra Origens do totalitarismo. Partiremos da noção de Duarte (2013) segundo a qual Arendt desenvolve em seu pensamento uma arte de relacionar e distinguir conceitos. Assim, para tipificar o totalitarismo como uma forma de governo inaudita, a autora procura distingui-lo de outros regimes sociopolíticos tomados como semelhantes, como a tirania, por exemplo. Mostraremos como a pensadora faz essa tipificação a partir dos conceitos de natureza e princípio de ação, extraídas de Montesquieu, e também da noção de experiência fundamental de cada forma de governo, que ela acrescenta em sua leitura da teoria das formas de governo do filósofo francês.

Referencias

ARENDT, Hannah. A Dignidade da Política: ensaios e conferências. Org. de Antonio Abranches. Trad. de Helena Martins et. al. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002.

ARENDT, Hannah. Entre o Passado e o Futuro. Trad. de Mário W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Editora Perspectiva, 2007.

ARENDT, Hannah. A promessa da Política. Org. de Jerome Kohn. Trad. de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rev. Adriano Correia. 11. e. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

ARENDT, Hannah. A grande tradição. Trad. P. Bodziak e A. Correia. O que nos faz pensar, v. 20, n. 29, p. 273-298, 2011.

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. Vizenzo Cocco. São Paulo: Abril, 1979. (Os Pensadores).

ARISTÓTELES. Política. Trad. António Campelo Amaral e Carlos de Carvalho Gomes. Lisboa: Vega, 1998.

BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Trad. Sérgio Bath. 10. e. Brasília: UnB, 2001.

BODZIAK JR., Paulo Eduardo; CORREIA, Adriano. Nota 1. In: ARENDT, Hannah. A grande tradição. Trad. P. Bodziak e A. Correia. O que nos faz pensar. v. 20, n. 29, p. 273-298, 2011.

CORREIA, Adriano. Apresentação à nova edição brasileira. In: ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rev. Tec. Adriano Correia. 11. e. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010 (p. XIII-XLIV).

DUARTE, André. O pensamento à sombra da ruptura: política e filosofia em Hannah Arendt. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

DUARTE, André. Hannah Arendt e o pensamento político: a arte de distinguir e relacionar conceitos. Argumentos. Ano 5, n. 9, Fortaleza, p. 39-62, jan./jun. 2013.

FRATESCHI, Yara. Juízo e opinião em Hannah Arendt. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 24(1), 35-65, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i1p35-65. Acessado em: 10 dez. 2023.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os pensadores).

KOHN, Jerome. Introdução à obra “A promessa da política”. In: ARENDT, Hannah. A promessa da Política. Org. de Jerome Kohn. Trad. de Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Difel, 2009 (p. 7-40).

MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (Os pensadores).

Publicado

2024-08-22

Número

Sección

Artigos