OS CAMINHOS DA DEMOCRACIA EM NIETZSCHE E SPINOZA: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p312-339Palabras clave:
Democracia, Liberdade, Política, Nietzsche, SpinozaResumen
O presente artigo consiste em uma investigação acerca de como Nietzsche e Spinoza, partindo de bases filosóficas muito próximas, construíram abordagens profundamente divergentes sobre a democracia e suas implicações para a sociedade moderna. Serão apresentados os fundamentos que gradualmente distanciaram os pensadores no que tange à democracia. Da filosofia spinoziana destacar-se-á a trilha teórica que levou o filósofo a ver na democracia um arranjo político em harmonia com a razão, a natureza humana e a liberdade. Da filosofia nietzscheana será trazido à lume a abordagem que considera a democracia não uma obra espontânea da razão, mas a transposição para a política do conjunto de valores e ressentimentos cristãos, considerados por Nietzsche como altamente lesivos à cultura e à liberdade, já que propensos a impedir a realização da potência individual, a degenerar os fortes e a conservar na sociedade, com o artifício da inversão de valores, tudo que já está maduro para ser extinto. O objetivo é que, ao final, tomando-se em perspectiva os argumentos apresentados, seja possível vislumbrar os fundamentos das posições antípodas ocupadas pela democracia no pensamento desses dois filósofos, de modo que o leitor consiga avaliar, segundo os próprios critérios, o quanto esses fundamentos são consentâneos com a história da democracia e úteis para a compreensão contemporânea do regime político democrático.
Descargas
Referencias
BARRENECHEA, Miguel Angel de. Nietzsche e a liberdade. 2ª ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008. 144 p
BÍBLIA, N. T. O santo evangelho segundo S. Mateus. In: BÍBLIA. Bíblia Sagrada: o Antigo e Novo Testamentos. Tradução: João Ferreira de Almeida. Santo André: Geográfica editora, 2009. p. 3-39.
CAMPOS, André. A endoconstrução do contrato social em Spinoza. Conatus: Filosofia de Spinoza, Fortaleza, v. 3, n. 5, p. 11-25, 01 fev. 2009. Semestral. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/conatus/issue/view/144. Acesso em: 28 fev. 2021.
CHAUÍ, Marilena. Da impotência à potência ou da imagem do livre-arbítrio à ideia da liberdade. In: MARTINS, André (org.). O mais potente dos afetos: Spinoza e Nietzsche. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2009. p. 59-79.
ESPINOSA, Baruch de. Tratado Político. In: ESPINOSA, Baruch de. Espinosa: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural, 1997. p. 437-516. (Coleção Os Pensadores). Tradução de: Manuel de Castro.
GAMBA, João Roberto Gorini. Teoria geral do Estado e ciência política. São Paulo: Atlas, 2019. 305 p.
LIMA, Márcio José Silveira. Razão. In: GEN - GRUPO DE ESTUDOS NIETZSCHE (Brasil). Dicionário Nietzsche. São Paulo: Edições Loyola, 2016. p. 352-354. (Coleção Sendas & Veredas).
MARTINS, André (org.). O mais potente dos afetos: Spinoza e Nietzsche. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2009. 310 p.
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. In: NIETZSCHE, Friedrich. Friedrich Nietzsche: obras incompletas. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 252-265. (Coleção Os Pensadores). Tradução de: Rubens Rodrigues Torres Filho.
______. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 363 p. Tradução de: Paulo César de Souza.
______. A vontade de poder. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008. 513 p. Tradução de: Marcos Sinésio Pereira Fernandes, Francisco Dias de Moraes.
______. Além do bem e do mal: prelúdio de uma filosofia do futuro. 4ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. 216 p. Tradução de: Mário Ferreira dos Santos.
______. Assim falou Zaratustra: livro para toda a gente e para ninguém. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016. 352 p. Tradução de: José Mendes de Souza.
______. Crepúsculo dos ídolos: ou como se filosofa com o martelo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2017. 136 p. Tradução de: Paulo César de Souza.
______. Ecce Homo: de como a gente se torna o que a gente é. Porto Alegre: L&pm, 2011. 192 p. (Coleção L&PM POCKET). Tradução de: Marcelo Backes.
______. Escritos sobre política: as ideologias e o aristocratismo. São Paulo: Loyola, 2007. 360 p. Tradução, apresentação e notas: Noéli Correia de Melo Sobrinho.
______. Genealogia da moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 179 p. Tradução de: Paulo César de Souza.
______. Humano, demasiado humano. São Paulo: Lafonte, 2018. 302 p. (Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal). Tradução de: Antônio Carlos Braga.
PAULA, Marcos Ferreira de. O problema do desinteresse na filosofia de Spinoza. In: MARTINS, André (org.). O mais potente dos afetos: Spinoza e Nietzsche. São Paulo: Wmf Martins Fontes, 2009. p. 233-246.
PEDRO, Ana. A ética como conatus de Espinosa. Cadernos Espinosanos, São Paulo, v. 29, p. 26-36, 11 dez. 2013. Semestral. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/espinosanos/article/view/82747/85730. Acesso em: 10 fev. 2022.
SILVA, Júlia Alexim Nunes da. Obediência e liberdade em Hobbes e Espinosa. 2012. Disponível em:https://www.icjp.pt/content/obediencia-e-liberdade-em-hobbes-e-espinosa. Acesso em: 28 fev. 2021.
SPINOZA, Baruch. Tratado Político. Joinville: Clube dos Autores, 2020. 84 p. Tradução de: Camilo Schussler Barbosa.
______. Ética. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. 240 p. Tradução de: Tomaz Tadeu
______. Obra completa III: tratado teológico-político. São Paulo: Perspectiva, 2014. 376 p. Tradução de: J. Guinsburg e Newton Cunha; Organização de: J. Guinsburg, Newton Cunha e Roberto Romano.
WOTLING, Patrick. Nietzsche e o problema da civilização. São Paulo: Barcarolla, 2013. 448 p. (Coleção Sendas & Veredas). Tradução de: Maria Aparecida Correa-Paty
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.