POPPER E OS PARADOXOS DA SOBERANIA: POR QUE NA POLÍTICA SEMPRE DEVEMOS ESTAR PREPARADOS AO MÁXIMO PARA O PIOR?
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n32.p113-127Keywords:
Karl Popper, Política, Epistemologia, Soberania, Poder Político, DemocraciaAbstract
O presente artigo tem por objetivo uma breve análise da alegação do filósofo Karl Popper (1902-1994) de que em relação à política sempre devemos estar preparados “ao máximo para o pior”. O autor mostra que organizar as instituições políticas de uma forma adequada a evitar que os governantes incompetentes ou malfeitores gerem demasiados estragos é um dever de toda a sociedade que preza pela liberdade. Essa abordagem revela-se profícua ao superar a ingênua noção de que a democracia é meramente o “governo da maioria”; apontando que esse regime é aquele que, sobretudo, é capaz de disponibilizar a todos os cidadãos meios democráticos ou pacíficos de controle governamental. Concluiremos, a partir disso, que a soberania é demasiadamente paradoxal e, por meio de um contraste epistêmico entre a visão liberal, abraçada por Popper, e planificadores centrais, veremos a ilimitação do poder como inconcebível.
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