DA POESIA À FILOSOFIA: UMA CONTRIBUIÇÃO ATRAVÉS DA NOÇÃO DE JOGO EM HEIDEGGER E HUIZING
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n27.06.p60Palavras-chave:
Jogo, Jogo poético, Jogo filosófico, Disposição (Stimmung)Resumo
No pensamento contemporâneo, a partir do final da década de 1920, a noção de jogo transformou-se em importante dispositivo condutor de interpretações filosóficas, antropológicas e sociológicas. Em alguns autores o jogo surge como modelo estrutural da filosofia e de outras expressões culturais, enquanto Heidegger apresenta o jogo em um sentido mais originário ao identificá-lo como espécie de disposição (Stimmung) que insere e move o humano em direção de mundo. No que concerne a esta temática, dois nomes se destacam: Johan Huizinga e Martin Heidegger. Em Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura (1938), Huizinga conseguiu demonstrar a importância desse elemento onde ninguém soube reconhecer a sua presença ou influência, colocando também em evidência a relação “ontogenética” existente entre “jogo poético” e “jogo filosófico”. Pouco divulgado ainda é o fato de que anos antes, Heidegger, através de preleções ministradas entre 1928 e 1929, teceu importantes e influentes considerações sobre o jogo ao tentar estruturar o que seria uma metafísica do Dasein, perspectiva que toma a filosofia e o filosofar como acontecimento fundamental do ser-aí, o qual, por sua livre transcendência, tenderia à metafísica. O presente artigo expõe sinteticamente as noções de jogo em Heidegger e Huizinga visando preparar caminho para uma reflexão metafilosófica que toma o jogo como elemento originário da poesia e filosofia.
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