A INFLUÊNCIA DE LUDWIG FEUERBACH NA FILOSOFIA DE ENRIQUE DUSSEL
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2016.v8.n18.13.p172Palavras-chave:
Libertação, América Latina, OntologiaResumo
Na construção de um pensar autêntico latino-americano, o filósofo argentino Enrique Dussel, precursor da Filosofia da Libertação, irá trabalhar com a estratégia de que não é necessário negar a tradição filosófica anterior a ele para a construção de algo novo, pelo contrário, a proposta do autor é de um diálogo profundo com a história da filosofia, visto que a necessidade do novo pensar não surge apenas da pulsão criativa de se produzir originalidade, mas do alarmante fato de que toda a filosofia ocidental não incluiu no seu horizonte a alteridade última. Partindo da sua condição, do ser encoberto pela razão ocidental, Dussel elabora um pensamento ético que encontra em Feuerbach uma de suas maiores referências. O objetivo deste trabalho, então, é apresentar como Dussel se apropria das teorias do filósofo alemão na construção do seu próprio pensar. Abordaremos, principalmente, a obra Método para uma filosofia da libertação, na qual é descrita a apreciação de Dussel sobre o resgate feito por Feuerbach de, pelo menos, três questões fundamentais: a sensibilidade, que sempre fora colocada em suspeita pela tradição; o reconhecimento do outro, que emerge como alternativa à filosofia da subjetividade; e sua crítica a Hegel, que resplandece como crítica a qualquer pensar totalizante, ontológico. Finalmente, veremos como Dussel reconhece Feuerbach no grupo dos críticos de Hegel. Esse grupo, para ele, constitui a única filosofia válida para a realidade latinoamericana, da qual ele é um continuador, pois esses filósofos formam a pré-história da Filosofia da Libertação.Downloads
Referências
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