ABDUÇÃO E SIGNIFICADO EM PAISAGENS SONORAS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A INSTALAÇÃO ARTÍSTICA REPARTITURA

Autores

  • Mariana Shellard Artista Plástica e Mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
  • Luis Felipe Oliveira Docente do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • José Eduardo Fornari Novo Fornari Docente na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora ( NICS)
  • Jônatas Manzolli Docente do Departamento de Música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2011.v3n05.4392

Palavras-chave:

Paisagens sonoras, Abdução, Significado, Computação evolutiva

Resumo

RePartitura é uma instalação de arte computacional, aqui apresentada e discutida sob seus três princípios constituintes: Arte Processual; Computação Evolutiva (CE) e Abdução, do modelo triádico de pensamento Peirceano (abdução, indução e dedução). RePartitura utiliza um algoritmo computacional, especialmente desenvolvido para este fim, que mapeia características da imagem digital – de uma coleção de desenhos previamente elaborada – para um modelo musical de CE; a Síntese Sonora Evolutiva (ESSynth). Esta gera dinamicamente um conjunto de objetos sonoros. O resultado deste processo é um ambiente sonoro imersivo, ao mesmo tempo variante e similar, que é aqui chamado de Paisagem Sonora Artificial. O sistema computacional generativo utiliza princípios da CE para interpretar cada desenho como um Indivíduo pertencente a uma População. Todos os indivíduos têm em comum a característica de serem similares mas nunca idênticos. O conjunto de características específicas de cada desenho é chamado de Genótipo. A interação entre distintos genótipos e suas correspondentes características sonoras, produz uma População dinâmica de objetos sonoros evolutivos. O comportamento evolutivo deste processo leva à auto organização das paisagens sonoras artificiais, formadas pela População de complexos e singulares objetos sonoros, em constante transformação, que sempre mantêm uma autosimilaridade aproximada, facilmente identificável por qualquer ouvinte. Neste artigo, apresentamos o RePartitura como uma instalação artística processual evolutiva, e descrevemos os tópicos que a permeiam, desde a criação conceitual até sua implementação computacional. Discutimos aqui a emergência no ambiente sonoro autoorganizado desta instalação, como uma forma de Abdução sintética, ocasionada pela ação de operadores genéticos contidos no ESSynth. Tal processo gera uma paisagem sonora artificial que, por nunca se repetir acusticamente, apesar de manter uma autosimilaridade cognitiva, toca no conceito de significado sonoro e musical.

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Publicado

2011-07-30

Edição

Seção

Artigos