ACERCA DO FUNDAMENTO TEÓRICO DE PROPOSIÇÕES NORMATIVAS NOS PROLEGÔMENOS À LOGICA PURA DE HUSSERL

Autores

  • Thiago Carreira Alves Nascimento Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2010.v2n03.4348

Palavras-chave:

Lógica, Normatividade, Husserl, Fenomenologia, Psicologismo lógico

Resumo

Husserl nos Prolegômenos aponta a inconsistência da argumentação segundo a qual a Lógica seria apenas uma disciplina subsidiária a uma outra disciplina teórica, afigurando-se somente como uma ciência normativa ou como uma tecnologia (Kunstlehre). Seu argumento contra tal concepção consiste em aceitar de início a caracterização da Lógica como uma tecnologia, mostrando que se a mesma for tomada como uma disciplina subsidiária à Psicologia, seu sentido e validade são perdidos, chegando-se assim a um contra senso no tocante ao significado de seus próprios princípios e implicando na problemática da objetividade do conhecimento. Um dos passos dessa argumentação visa mostrar que toda disciplina normativa e, consequentemente, prática, pressupõe como fundamento uma disciplina teórica. Tal passo compreende a tese de que toda proposição normativa implica uma proposição teórica, sugerindo assim a problemática acerca de que proposições normativas (prescritivas) podem ser transformadas em proposições teóricas (cognitivas). O objetivo deste texto é analisar a tese de Husserl acerca do fundamento teórico das disciplinas normativas, especificamente no tocante à problemática acerca de como é possível e o que envolve transformar proposições normativas em teóricas. Para tanto, após uma breve contextualização da obra (I), faremos uma análise dos exemplos fornecidos por Husserl para explicitar seus pressupostos formais (II), concebendo um esboço formal dos mesmos. Concluiremos mostrando que Husserl não fornece um argumento explícito para sua tese, porém, sugeriremos que o mesmo pode ser vislumbrado a partir da concepção de Lógica pura esboçada nos Prolegômenos (III).

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Publicado

2010-04-25

Edição

Seção

Artigos