LEITURA NÃO-EXTERNALISTA DO DE ANIMA III 5: DESMISTIFICANDO O ΠΟΙΗΤΙΚΌΣ ΝΟΥΣ (NOUS POIETIKÓS) DE ARISTÓTELES
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2021.v13n35.p384-424Palavras-chave:
Aristóteles, Alma, De Anima, Intelecto Criativo, Não-externalismo, PsicologiaResumo
Um método usual de leitura do discurso de Aristóteles sobre o «intelecto» no De Anima iii 5 sempre foi aprimorá-lo com elementos teológicos, supondo que ao invocar a ação do ποιητικός νους (nous poietikós), o Filósofo estivesse afirmando, por exemplo, a existência de alguma parte transcendental e imortal da alma humana. No entanto, uma leitura mais cuidadosa do texto admite, em princípio, a rejeição dessa interpretação. Neste escrito examino dois conceitos-chave do capítulo em questão, nomeadamente ἕξις (héxis) e τῇ οὐσίᾳ ὢν («ser-em-substância»), para mostrar que esses termos nos permitem conceber os ποιητικός νους e παθητικὸς νοῦς como funções cognitivas e unas da ψυχῆς, em vez de partes separadas e/ou transcendentais da alma humana. Ou seja: neste ensaio busco verter uma leitura não-externalista do De Anima iii 5.
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