VIDA NUA, VIDA VIRAL: PENSANDO OS EFEITOS POLÍTICOS DA PANDEMIA PARA ALÉM DO PARADIGMA DA EXCEÇÃO

Autores

  • Maurício Sérgio Borba Costa Filho Doutorando em Antropologia Social no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) https://orcid.org/0000-0002-8148-4312

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2021.v13n34.p99-124

Palavras-chave:

Biopolítica, Pandemia, Giorgio Agamben, Exceção

Resumo

O presente artigo propõe uma leitura crítica dos textos publicados pelo filósofo italiano Giorgio Agamben entre 26 de fevereiro e 11 de maio de 2020, a propósito da pandemia do Covid-19 e das medidas de contenção do contágio tomadas em seu país. A primeira seção do texto é dedicada à apresentação dos argumentos e termos chaves centrais da análise, que resumimos em três – vida nua, exceção e stásis –, e sua posterior contextualização dentro da obra agambeniana, com foco em três livros: Homo Sacer: il potere sovrano e la nuda vita; Stato di eccezione; e Stásis. A segunda seção é dedicada, em contrapartida, a um enquadramento multiespecífico como forma alternativa de se pensar, desde a biopolítica, a atual emergência sanitária. Deste modo pretendemos abordar a questão: o que se perde numa análise da pandemia que, como a de Agamben, deixa de levar em conta a própria vida do vírus?

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Publicado

2021-07-08

Edição

Seção

Artigos