Modulação autonomica cardíaca na artrite idiopática juvenil com uso de medicação biológica: relato de caso

Autores

  • Patrícia Merly Martinelli Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita do Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, São Paulo/ Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica do Centro Universitário UNINORTE – Rio Branco (AC)/ Laboratório de Práticas de Pesquisa Científica UNINORTE – Rio Branco (AC)
  • Ana Carolina Gonçalves de Abreu Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita do Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, São Paulo
  • José Rener Cordeiro da Silva Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica do Centro Universitário UNINORTE – Rio Branco (AC) /Laboratório de Práticas de Pesquisa Científica UNINORTE – Rio Branco (AC)
  • Asami Takahara Vasconscelos Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica do Centro Universitário UNINORTE – Rio Branco (AC) /Laboratório de Práticas de Pesquisa Científica UNINORTE – Rio Branco (AC)
  • Adilson Monteiro Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita do Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, São Paulo/ Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) - Rondonópolis (MT)
  • Valdelias Xavier Pereira Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita do Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, São Paulo
  • Rodrigo Daminello Raimundo Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC. Santo André. São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.v30.9962

Palavras-chave:

Artrite juvenil, Inflamação, Etanercepte, Sistema Nervoso Autônomo, Variabilidade de frequência cardíaca

Resumo

Introdução: A introdução de medicamentos biológicos na Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) propõe melhores resultados terapêuticos com diminuição da dor e inflamação e consequente redução no dano articular. O estado autonômico pode ser um preditor para verificar a resposta à terapia de imunomodulação. Assim, medir a variabilidade da frequência cardíaca pode expressar um comportamento autônomo e possivelmente acompanhar a resposta à terapia através da expressão da condição inflamatória.

 Objetivo: Análise da variabilidade da frequência cardíaca em uma criança com artrite idiopática juvenil utilizando o Fator de Necrose Tumoral.

 Método: Este é um relato de caso clínico de um homem de 8 anos com diagnóstico de AIJ - forma oligoarticular, usando etanercept, admitido na Clínica Escola de Fisioterapia UNINORTE, Acre, Brasil em 2017. Analisamos testes laboratoriais e de imagem, cinéticos - avaliação funcional, exame da modulação autonômica cardíaca e tratamento fisioterapêutico para fins analgésicos e antiinflamatórios, ganhando flexibilidade, força e reeducação postural, de acordo com as diretrizes da CARE, diretrizes de relato de caso.

 Resultados: Após a administração da medicação, houve diminuição da dor e normalização da creatinina sérica (0,50 mg/dL) e PCR (menos de 6 mg/dL) e aumento da taxa de sedimentação de eritrócitos (17 mm3). No exame da variabilidade da frequência cardíaca, os índices lineares no domínio do tempo mostraram predominância da atividade parassimpática (RMSSD: 35ms), com diminuição do controle simpático medido pelo domínio da frequência (LF: 27,1 un). Entretanto, métodos não lineares apresentaram baixa variabilidade com pouca dispersão dos intervalos RR.

 Conclusão: No presente relatório, os índices lineares mostraram predominância parassimpática e, na análise não linear, baixa variabilidade da frequência cardíaca com adaptação anormal e insuficiente do sistema nervoso autônomo em criança com artrite idiopática juvenil em uso de medicação biológica.

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Publicado

2020-03-26

Edição

Seção

ORIGINAL ARTICLES