Avaliação do crescimento e do estado nutricional de crianças em idade escolar em Escolas Públicas de Florianópolis, SC

Autores

  • Cícero Cruz Macêdo Universidade Federal do Cariri, UFCA, Barbalha, CE, Brasil. /Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, Centro Universitário Saúde ABC (CUSABC)
  • Claudio Leone Departamento de Saúde Materno Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo (SP)
  • Viviane Gabriela Nascimento Departamento de Saúde Materno Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo (SP)
  • José Lucas Souza Ramos Laboratório de Escrita Científica. Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) - Vitória (ES)
  • Jane Laner Cardoso Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Florianópolis (SC)
  • Debora A. Zambrano Olea Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Florianópolis (SC)
  • Italla Maria Pinheiro Bezerra Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, Centro Universitário Saúde ABC (CUSABC)/ Bolsista CAPES Brasil. /Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local, Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) - Vitória, (ES)
  • Luiz Carlos de Abreu Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, Centro Universitário Saúde ABC (CUSABC)/Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local, Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) - Vitória, (ES)

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.v30.9960

Palavras-chave:

Estado Nutricional, Pré-escolares, Idade, Sexo, Índice de Massa Corporal

Resumo

Introdução: A obesidade vem se tornando cada vez mais frequente em crianças, o que pode resultar em agravos à saúde tanto na infância quanto na idade adulta. Considerando que, na idade escolar, os hábitos alimentares podem sofrer influência do contexto em que a criança está inserida, principalmente, estilo de vida, dentro e fora do ambiente escolar, torna-se importante avaliar o crescimento alcançado em estatura, bem como o seu estado nutricional, visto que este pode ser um indicativo de futuros e possíveis distúrbios nutricionais, permitindo direcionar recursos e políticas públicas efetivas nessa faixa etária.

Objetivo: Avaliar o crescimento em estatura e o estado nutricional de crianças em idade escolar em função do sexo e idade em Florianópolis no primeiro semestre do ano letivo de 2012. 

Método: Estudo de corte transversal, realizado com 595 crianças de seis a dez anos de idade, frequentadoras de Escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental I, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil. Utilizou-se um questionário para coleta de dados. Os dados foram digitados e armazenados em planilhas, utilizando o programa Microsoft Excel 2007. A análise estatística dos dados foi realizada com o Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20.0. O peso e a altura foram inicialmente comparados à curva normal, aplicando-se o teste de distância Kolmogorov-Smirnov. Foram utilizados estatística descritiva e o teste de correlação de Pearson.

Resultados: Evidenciou-se uma proporção maior de crianças entre os sete e nove anos de idade, e tanto em relação à estatura quanto ao IMC, as medianas estão superiores quando comparadas ao do referencial (Organização Mundial de Saúde), revelando que as crianças estão crescendo bem, inclusive acima da média do referencial, mas que ao mesmo tempo apresentam um IMC acima do esperado, mesmo considerando a elevada estatura. O diagnóstico do estado nutricional entre os meninos e meninas não apresentaram diferenças estatísticas. Contudo, vale destacar que, embora a maior prevalência seja de crianças eutróficas (70,3%), pode-se observar alta prevalência de excesso de peso (sobrepeso, obesidade e obesidade grave), em torno de 28% da amostra.

Conclusão: Embora com prevalência do estado nutricional normal, identificou- se o sobrepeso e a obesidade. Evidenciou-se que o estado nutricional não tem diferença em função do sexo, contudo é influenciado pela idade e estatura.

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Publicado

2020-03-26

Edição

Seção

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