Estratégia de Saúde da Família e prevalência de anemia em mulheres de uma região urbana de alto Índice de Desenvolvimento Humano
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9540Palavras-chave:
Anemia ferropriva, Mulher, Prevalência, Estratégia Saúde da FamíliaResumo
Introdução: Anemia ferropriva é um importante problema de saúde pública.
Objetivo: Analisar o valor de hemoglobina e a prevalência de anemia em mulheres em idade reprodutiva, mães de filhos inscritos em creches municipais de um município com alto Índice de Desenvolvimento Humano, na região Sudeste, além de fatores a elas relacionados, incluindo serem atendidas pela Estratégia de Saúde da Família.
Método: Trata-se de um estudo transversal com amostra constituída por 230 mulheres entre 15 e 49 anos de idade. A coleta de dados foi realizada por meio de formulário, abordando variáveis socioeconômicas e saúde materna. Verificaram-se: peso, estatura e dosagem da concentração da hemoglobina.
Resultados: A prevalência de anemia nas mulheres foi de 9,6%, com média de concentração da hemoglobina de 14,6g/dL. Na análise bivariada, mostraram associação com anemia as variáveis: idade, ter alguma doença, intercorrências obstétricas na gestação da criança estudada e, como fator de proteção, estar no programa Estratégia de Saúde da Família. Na análise binária logística, apenas ser atendida pela Estratégia de Saúde da Família demonstrou ser significante efeito protetor frente à anemia (OR=0,391, p<0,05).
Conclusão: Apesar de haver uma prevalência leve de anemia, pelo critério da Organização Mundial da Saúde, em área urbana de alto Índice de Desenvolvimento Humano, políticas de atenção à saúde e bem conduzidas, a Estratégia de Saúde da Família em particular, podem contribuir para reduzir ainda mais a prevalência desse agravo na saúde das mulheres em idade reprodutiva.
Referências
2. World Health Organization (WHO). Library Cataloguing-in-Publication Data Global nutrition policy review: what does it take to scale up nutrition action? Geneva: WHO, 2013.
3. United Nations. Administrative Committee Co-Cordination. Sub-Committee on Nutrion. Third report on the world nutrition situation. New York: United Nations, 1997.
4. International Nutritional Anemia Consultative Group (INACG). Guidelines for eradication of iron deficiency. New York: INACG, 1977.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Fundo das Nações Unidas para Infância. Carências de micronutrientes. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
6. Stevens GA, Finucane MM, De-Regil LM, Paciorek CJ, Flaxman SR, Branca F, et al. Global, regional, and national trends in haemoglobin concentration and prevalence of total and severe anaemia in children and pregnant and non-pregnant women for 1995-2011: a systematic analysis of population-representative data. Lancet Glob Health. 2013;1(1):e16-25. DOI: https://doi.org/10.1016/S2214-109X(13)70001-9
7. World Health Organization (WHO). Worldwide prevalence of anaemia 1993-2005: WHO global database on anaemia. Geneva: WHO, 2008.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Pesquisa nacional de demografia e saúde da criança e da mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
9. Kassebaum NJ, Jasrasaria R, Naghavi M, Wulf SK, Johns N, Lozano R, et al. A systematic analysis of global anemia burden from 1990 to 2010. Blood. 2014;123(5):615-624. DOI: https://doi.org/10.1182/blood-2013-06-508325
10. Kidanto HL, Mogren I, Lindmark G, Massawe S, Nystrom L. Risks for preterm delivery and low birth weight are independently increased by severity of maternal anaemia. S Afr Med J. 2009;99(2):98-102.
11. Zangirolami-Raimundo J, Echeimberg JO, Leone C. Research methodology topics: Cross-sectional studies. J Hum Growth Dev. 2018;28(3):356-60. DOI: http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.152198
12. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Atlas de desenvolvimento humano no Brasil 2013. Brasília: 2013.
13. Exa-m Instrumentação Biomédica. Hemoglobinômetro AGABE medidor de hemoglobina: instruções de uso. [cited 2017 Aug 7] Available from: http://exa-m.com.br/manuais/manual_agabe.pdf
14. Prado ALM. A desigualdade e a distribuição da renda na cidade de Taubaté. Monografia (Conclusão de Curso) - Universidade de Taubaté. Taubaté: 2007.
15. Olinto MTA, Costa JSDC, Giganta DP, Menezes AMB, Macedo S, Schwengber R, et al. Prevalência de anemia em mulheres em idade reprodutiva no Sul do Brasil. Bol Saúde. 2003; 17(1):135-44.
16. Fabian C, Olinto MTA, Dias-da-Costa, Bairros F, Nácul LC. Prevalência de anemia e fatores associados em mulheres adultas residentes em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública. 2007;23(5):1199-1205. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007000500021
17. Silla LM, Zelmanowicz A, Mito I, Michalowski M, Hellwing T, Shilling MA, et al. High prevalence of anemia in children and adult women in an urban population in southern Brazil. PLoS One. 2013;8(7):e 68805. DOI: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0068805
18. Silva DG, Franceschini SCC, Priore SE, Ribeiro SMR, Szarfarc SC, Souza SB, et al. Anemia ferropriva em crianças de 6 a 12 meses atendidas na rede pública de saúde do município de Viçosa, Minas Gerais. Rev Nutr. 2002;15(3):301-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-5 2732002000300006
19. Pessoa MC, Jansen AK, Velásquez-Meléndez G, Lopes JD, Beinner MA. Anemia em crianças e fatores associados em região urbana. Rev Min Enferm. 2011;15(1):54-61. DOI: http://www.dx.doi.org/S1415-27622011000100008
20. Koury Filho HC, Diniz CSG. Estado nutricional de mulheres e crianças menores de cinco anos, Jordão, Acre, Brasil Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Saúde Pública. São Paulo: 2010.
21. Lira NS. Anemia e fatores associados em mulheres de municípios do Nordeste brasileiro – 2005. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. Recife: 2009.
22. Frota MTBA, Szarfarc C. Prevalência e fatores associados à anemia em crianças e mulheres atendidas pela estratégia de Saúde da Família no Maranhão. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo. São Paulo: 2013.
23. Osório MM. Fatores determinantes da anemia em crianças. J Pediatr. 2002;78(4):269-78. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000400005
24. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
25. Brasil Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº. 344 de 13 de dezembro de 2002. Aprova o Regulamento técnico para fortificação das farinhas de trigo e das farinhas de milho com ferro e ácido fólico. [cited 2017 Aug 7] Available from: http://189.28.128.100/nutricao/docs/ferro/resolucao_rdc344_2002.pdf.
26. World Health Organization (WHO). Guideline: daily iron supplementation in adult women and adolescent girls. Geneva: World Health Organization; 2016.
27. World Health Organization (WHO). Guideline: fortification of maize flour and corn meal with vitamins and minerals. Geneva: WHO; 2016.
28. Neuman NA, Tanaka OY, Szarfarc SC, Guimarães PRV, Victora CG. Prevalência e fatores de risco para anemia no Sul do Brasil. Rev Saúde Pública. 2000;34(1):56-63. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102000000100011
29. Silva SCL, Batista Filho M, Miglioli TC. Prevalência e fatores de risco de anemia em mães e filhos no Estado de Pernambuco. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(2):266-77. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2008000200008
30. Katz MH, Multivariable analysis: a practical guide for clinicians. 2nd Edition. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.