Análise espacial e espaço-temporal das anomalias congênitas do sistema nervoso no Estado da Paraíba entre os anos de 2010 a 2016

Autores

  • Luciana Moura Mendes de Lima Mestre e Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba
  • Rodrigo Pinheiro de Toledo Vianna Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba
  • Ronei Marcos de Moraes Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9416

Palavras-chave:

análise espacial, análise espaço-temporal, análise por conglomerados, defeitos congênitos

Resumo

Introdução: No Brasil, a anomalia congênita do sistema nervoso tem sido a mais frequente dentre as anomalias. O conhecimento da sua distribuição geográfica, tanto no espaço quanto ao longo do tempo, pode auxiliar os gestores públicos no processo de tomada decisão sobre as áreas que devem ser priorizadas no monitoramento dessa doença. Objetivo: Detectar aglomerados espaciais e espaço-temporais das anomalias congênitas do sistema nervoso. Método: Estudo ecológico a partir de dados secundários do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos no período de 2010 a 2016 no estado da Paraíba. Foram estimadas as Razões de Incidências Espacial e aplicada a estatística Scan circular e Scan espaço-temporal para a detecção dos aglomerados das anomalias citadas anteriormente. Resultados: O padrão espacial foi diferente ao longo dos anos da ocorrência destas anomalias, uma vez que os aglomerados espaciais foram detectados em diferentes regiões do estado, exceto nos anos 2013 e 2015 que foi verificada uma maior concentração nas regiões do centro-oeste e noroeste do estado. Conslusão: Os achados indicaram as áreas que devem ser
priorizadas para o monitoramento de anomalias congênitas do sistema nervoso no estado da Paraíba, tanto no tempo quanto no espaço.

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Publicado

2019-11-05

Edição

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