Índice de massa corporal ao nascer (IMC) de recém-nascidos prematuros tardios e prematuros

Autores

  • Chiara Alzineth Silva Campos aUniversidade de São Paulo. Departamento de Saúde Ciclos da vida e Sociedade, São Paulo, SP, Brazil.
  • Priscila Ferreira Vitor bUniversidade de Taubaté. Departamento de Medicina. Taubaté, SP, Brazil.
  • Caliel Ribeiro Simas cUniversidade de Taubaté. Taubaté, SP, Brazil.
  • Silvia Maira Pereira dUniversidade de Taubaté. Departamento de Enfermagem e Nutrição. Taubaté, SP, Brazil.
  • Ciro João Bertoli eUniversidade de Taubaté. Departamento de Medicina. Taubaté, SP, Brazil.
  • Claudio Leone fUniversidade de São Paulo. Departamento de Saúde Ciclos da vida e Sociedade, São Paulo, SP, Brazil.

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v34.15834

Palavras-chave:

recém-nascido, prematuridade, crescimento, índice de massa corporal

Resumo

Introdução: o estado nutricional e o crescimento alcançado pelo recém-nascido até o nascimento têm sido utilizados como marcador/indicador de riscos precoces de morbidade e mortalidade. Embora o IMC seja um bom marcador de adiposidade e seja comumente utilizado em crianças maiores e adultos, ainda existem lacunas no conhecimento e poucos estudos sobre o comportamento do IMC de acordo com a idade gestacional.

Objetivo: analisar o Índice de Massa Corpórea (IMC) de recém-nascidos de termo precoce (37ª a 38ª semana de idade gestacional) e pré-termos tardios (34ª a 36ª semana de idade gestacional) e sua evolução.

Método: trata-se de um estudo descritivo, analítico e quantitativo com 2.486 recém-nascidos, desenvolvido a partir do banco de dados do projeto “Características biométricas ao nascimento, de filhos de mulheres adultas jovens, em um município de elevado índice de desenvolvimento humano”. Todos os dados necessários foram devidamente preenchidos a partir dos prontuários dos recém-nascidos e copiados para uma planilha Excel®. Após a coleta a consistência dos dados foi verificada. As análises avaliaram medidas de tendência central e dispersão de valores, além de correlações e regressões de sua evolução segundo a Idade gestacional.

Resultados: a distribuição do IMC entre os recém-nascidos pré-termo tardio do sexo masculino e sexo feminino foi semelhante. Assim como entre os termos precoces de ambos os sexos. No conjunto, em termos de valores absolutos de IMC, observou-se que os pré-termos tardios têm IMC menor (12,6 kg/m2) do que o IMC dos termos precoces (13,6 kg/m2). No entanto, os recém-nascidos pré-termos tardios são, considerando sua idade gestacional, proporcionalmente maiores do que os termos precoces. No caso do IMC, proporcionalmente se observa uma velocidade maior de crescimento no pré-termo tardio com uma tendência à desaceleração do crescimento no termo precoce. Quanto ao ganho de peso, a partir da 37ª semana de idade gestacional ele tende a diminuir em comparação com o referencial.

Conclusão: em relação ao referencial os termos precoces e os pré-termos tardios são equivalentes em termos de IMC. O prematuro tardio tem o mesmo IMC quando comparado com seus pares e com o termo precoce em escore z.

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Publicado

2024-04-11

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