Mortalidade por acidente vascular cerebral no estado do Pará, região Amazônica brasileira: Uma análise por Modelo Joinpoint entre 2000 e 2021

Autores

  • Gabriel Roni aPrograma de iniciação Científica. Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo. Convênio com a Instituição cedente: Centro de Estudos do Crescimento e Desenvolvimento do Ser Humano – CDH.
  • Alexandre Castelo Branco Araújo bProfessor do Departamento de Pediatria. Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo e Membro efetivo do Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica, UFES, Vitória, ES, Brasil.
  • Helder Maud cPrograma de Pós-graduação em Fisiologia. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil,
  • Matias Noll dPrograma de Pós-graduação em Ciências da Saúde. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e Professor do Instituto Federal Goiano, Campus Ceres, Goias, Brasil.
  • Hugo Macedo de Souza Jr eDepartamento de Saúde Coletiva. Centro Universitário FMABC, Santo André, SP, Brasil.
  • Marcelo Ferraz Campos fPrograma de Pós-graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local. EMESCAM, Vitoria, ES, Brasil.
  • Orivaldo Florencio de Souza g Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Amazônia Ocidental. Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Acre, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v34.15794

Palavras-chave:

acidente vascular cerebral, Mortalidade, tendência, Pará, Amazônia Legal

Resumo

Introdução: o acidente vascular cerebral (AVC) é uma importante causa de morte mundialmente. Estudos temporais evidenciam tendência de queda nos coeficientes de mortalidade nas últimas décadas com variabilidade entre países. O Estado do Pará, norte do Brasil, possui baixo índice de desenvolvimento humano e elevada mortalidade por AVC, entretanto poucas pesquisas são reportadas.

Objetivo: analisar a tendência da mortalidade por AVC na população adulta do estado do Pará, entre 2000 e 2021.

Método: trata-se de um estudo ecológico, de série temporal, para análise das tendências de mortalidade por AVC entre 2000 e 2021 a partir de dados secundários populacionais oficiais. Modelos de regressão Joinpoint foram utilizados para identificar a tendência de cada segmento do coeficiente de mortalidade e dos anos potenciais de vida perdidos.

Resultados: houve 49.259 mortes no período, com aumento absoluto de mortes durante a série temporal e o aumento da faixa etária. O coeficiente de mortalidade evidenciou tendência de mortalidade estacionária de 0,4% entre 2000 e 2021 (p=0,576), entretanto após 2008 a tendência foi decrescente de -1,0% (p=0,003). Na análise estratificada detectou-se tendência de mortalidade decrescente de -2,3% entre 30 e 39 anos (p<0,001), -2,8% entre 40 e 49 anos (p<0,001), -2,1% entre 50 e 59 anos (p<0,001) e -1,4% entre 60 e 69 anos (p<0,001) entre 2000 e 2021. Nos demais grupos etários a tendência foi decrescente de -2,5% entre 20 e 29 anos após 2006 (p= 0,003), -1,8% entre 70 e 79 anos após 2008 (p=0,001) e -5,1% entre 80 anos e mais após 2016 (p=0,010).

Conclusão: a tendência da mortalidade por acidente vascular cerebral na população adulta do estado do Pará foi estacionária, entre 2000 e 2021. O número absoluto de óbitos se manteve elevado ressaltando a importância de minimizar os fatores de risco e otimizar o manejo dos acometidos.

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Publicado

2024-04-11

Edição

Seção

ORIGINAL ARTICLES