Caracterização clínico-epidemiológica de pacientes submetidos a hemodiálise de acordo com o national kidney foundation, o kidney disease outcomes quality initiative – KDOQI em centro de referência de hemodiálise na região metropolitana de São Paulo, Brasil

Autores

  • Bruno Oliveira Cardelino a Departamento de Cirurgia Vascular, Centro Universitário FMABC, Santo André, SP, Brasil
  • Rodrigo Scabora b Departamento de Dermatologia Vascular, Centro Universitário FMABC, Santo André, SP, Brasil.
  • Thiago Oliveira e Silva a Departamento de Cirurgia Vascular, Centro Universitário FMABC, Santo André, SP, Brasil
  • João Antônio Corrêa a Departamento de Cirurgia Vascular, Centro Universitário FMABC, Santo André, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v33.14836

Palavras-chave:

dispositivos de acesso vascular, terapia de substituição renal, fístula arteriovenosa, cateteres

Resumo

Introdução: a hemodiálise é um tratamento que auxilia na sobrevida de pacientes com insuficiência renal, por meio de uma circulação extracorpórea estabelecida para a realização da filtração do sangue, em consequência, há necessidade de um acesso vascular factível, duradouro e eficaz. Existem dois tipos de acesso vascular, as fístulas arteriovenosas, utilizando-se veias autógenas ou próteses, e os cateteres venosos. As indicações para a escolha do tipo de acesso vascular estão relacionadas com a característica e restrição de uso de cada paciente.

Objetivo: analisar o perfil epidemiológico, demográfico e clínico dos pacientes submetidos à hemodiálise em dois serviços de referência na região metropolitana de São Paulo, Brasil e comparar os processos clínicos-cirúrgicos com aqueles definidos pela Diretrizes do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (KDOQI).

Método: foram realizadas coletas de dados em dois hospitais da rede pública, junto aos pacientes submetidos à hemodiálise, através de ficha cadastral e prontuários, no período de agosto a dezembro de 2016. Os voluntários foram informados sobre os procedimentos e objetivos do estudo e, após concordarem, assinaram um Termo de Consentimento. Foram analisadas as variáveis idade, sexo, peso, altura, índice de massa corpórea, tempo de hemodiálise, tipos de acessos já utilizados, complicações referentes aos acessos e doença de base. Foram incluídos pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise de ambos os sexos, sem restrição de idade. Os pacientes não aptos à realização a umas das técnicas, fístula arteriovenosa ou cateter, foram excluídos. Os dados levantados foram comparados com as diretrizes do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (KDOQI).

Resultados: realizou-se a inclusão de 252 indivíduos, dos quais 182 são pacientes em tratamento hospitalar de referência na cidade de São Bernardo do Campo, SP e 70 pacientes do Hospital Universitário Estadual Mário Covas, referência Estadual na condução clínica dos pacientes em cuidados de hemodiálise.

Conclusão: a doença renal crônica é de alta prevalência com evolução para a insuficiência renal crônica em estágio final (dialítica). A definição do perfil epidemiológico da população em tratamento, bem como a jornada dos acessos venosos para hemodiálise (cateteres e fístulas), são fundamentais para a curva de aprendizado da equipe multiprofissional acerca das complicações ao longo do curso da doença/tratamento. Ainda, a condução clínico-cirúrgica desta população está em linha com as diretrizes da National Kidney Foundation. O tratamento realizado nestes centros de hemodiálise é eficiente e alinhado ao que o KDOQI preconiza.

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Publicado

2023-08-14

Edição

Seção

ORIGINAL ARTICLES