Implementação da estratificação de risco para o atendimento de pacientes com glaucoma durante a retomada do atendimento presencial durante a pandemia de COVID-19 – um estudo preliminar.
DOI:
https://doi.org/10.36311/jhgd.v33.14480Palavras-chave:
Glaucoma, cegueira, COVID-19, pandemiaResumo
Introdução: a pandemia de COVID-19 desencadeou uma grave crise sanitária em que foram suspensos os serviços médicos não essenciais, passando a ter importância secundária a gestão de doenças graves não relacionadas com a pandemia, incluindo o glaucoma. Com a flexibilização das medidas de isolamento social, foi necessária a retomada do atendimento ambulatorial, respeitando a equidade em saúde proporcionada pelo Sistema Único de Saúde.
Objetivo: descrever uma classificação de risco de progressão do glaucoma com base em critérios oftalmológicos clínicos durante a pandemia de COVID-19.
Método: estudo observacional de natureza administrativa. Foi realizada uma revisão dos prontuários dos pacientes que tiveram consultas agendadas entre março e setembro de 2020 no setor de glaucoma do Departamento de Oftalmologia do Centro Universitário FMABC. Um total de 489 prontuários (881 olhos) foi revisado e os pacientes foram divididos em 4 grupos de acordo com o risco de progressão do glaucoma. Os olhos foram avaliados quanto à acuidade visual (AV), escavação do disco óptico, paquimetria, pressão intraocular (PIO), número médio de colírios usados e índices globais de campo visual.
Resultados: os grupos foram homogêneos quanto à idade (média 67,04 ± 11,72 anos) e sexo (55,5% mulheres e 44,5% homens). O glaucoma primário de ângulo aberto foi a etiologia mais prevalente, presente em 45,2% dos pacientes, seguido do glaucoma primário de ângulo fechado em 15,7%. Os grupos foram comparados entre si, sendo encontrada diferença estatística (p<0,005) em 04 dos 08 aspectos analisados: AV, escavação do disco óptico, PIO e número médio de colírios utilizados.
Conclusão: a classificação de risco para progressão proposta neste estudo foi de fácil aplicação e auxiliou os gestores a priorizar os cuidados mais graves durante a pandemia de COVID-19.
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