Violência doméstica contra a mulher: construção e validação de conteúdo para aplicabilidade de um modelo de decisão

Autores

  • Lucilla Vieira Carneiro Gomes Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) https://orcid.org/0000-0002-6988-2297
  • Hemílio Fernandes Campos Coêlho Professor Associado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) https://orcid.org/0000-0002-7140-3590
  • Juliana Sampaio Professora Titular do Departamento de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba
  • Vitória Polliany de Oliveira Silva Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) https://orcid.org/0000-0003-1363-6940
  • Kerle Dayana Tavares de Lucena Docente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
  • Cecília Danielle Bezerra Oliveira Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB https://orcid.org/0000-0002-4989-678X

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v33.14450

Palavras-chave:

Violência contra a mulher, Estudos de validação, Tomada de decisões

Resumo

Introdução: a violência doméstica é caracterizada como um problema crescente de saúde pública que gera grandes consequências, além da violação aos direitos humanos das mulheres que se encontram em situação de violencia.

Objetivo: descrever a construção e validação de conteúdo de um instrumento visando identificar a violência doméstica contra a mulher na perspectiva da aplicabilidade de um modelo de decisão.

Método: trata-se de um estudo metodológico composto de duas fases: a primeira foi a elaboração do instrumento, a partir de revisão integrativa da literatura; a segunda, de validação de conteúdo, mediante a avaliação do instrumento por dez especialistas, com expertise na área de violência doméstica contra a mulher. Para análise, calculou-se o Índice de Validade de Conteúdo (IVC≥0,80).

Resultados: dos 23 itens submetidos inicialmente à validação, 65,2% (n = 15) alcançaram IVC igual ou maior que (0,80) e 34,8% (n = 8) obtiveram IVC inferior a (0,80). Após realizar as alterações sugeridas pelas especialistas na primeira rodada foi construída uma segunda versão do instrumento e reenviada às juízas participantes, ajustando-se os itens propostos. Nesta segunda rodada de avaliação, os itens ajustados e acrescentados alcançaram IVC igual ou maior que 0.90.

Conclusão: o instrumento foi considerado válido e adequado para identificar a violência doméstica contra a mulher, servindo como fonte para a construção de indicadores de saúde e para o enfrentamento dessa problemática.

Biografia do Autor

  • Lucilla Vieira Carneiro Gomes, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

    Enfermeira. Doutoranda em Modelos de Decisão e Saúde pela UFPB. Possui experiência na assistência, docência e gestão em saúde. Atualmente é servidora pública do Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros e facilitadora da Especialização e Qualificação em Saúde da Família da Escola de Saúde Pública da Paraíba (ESP-PB) . 

  • Hemílio Fernandes Campos Coêlho, Professor Associado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

    Doutor em Estatística pela Universidade Federal de Pernambuco (2011), Mestre em Estatística pela Universidade Federal de Pernambuco (2007) e Bacharel em Estatística também pela Universidade Federal de Pernambuco (2004). Professor Associado, Classe D, nível II do Departamento de Estatística da Universidade Federal da Paraíba, Campus I - João Pessoa. Tem experiência na área de Amostragem, Planejamento de Experimentos e Métodos Estatísticos. Professor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da UFPB (PPGMDS/UFPB). Consultor do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA).

  • Juliana Sampaio, Professora Titular do Departamento de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba

    Professora Titular do Departamento de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (DPS/UFPB), e Líder do Grupo de Pesquisa Política, Educação e Cuidado em Saúde (GPECS). Desenvolve na UFPB atividades de ensino, pesquisa e extensão na graduação de Medicina, na Residência de Medicina de Família e Comunidade, no Mestrado de Saúde Coletiva e no programa de Pós Graduação (mestrado e doutorado) em Modelos de Decisão em Saúde. É coordenadora do Fórum de Mulheres em luta da UFPB.

  • Vitória Polliany de Oliveira Silva, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

    Enfermeira. Doutoranda e Mestra em Modelos de Decisão e Saúde, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialista em Auditoria em Serviços da Saúde. Possui experiência na docência em cursos na área da saúde.

  • Kerle Dayana Tavares de Lucena, Docente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)

    Enfermeira, Mestre e Doutora pela Universidade Federal da Paraíba/UFPB. Epidemiologista pela Universidade Federal de Goiás e Especialista em Educação Permanente em Saúde pela UFRGS. Atualmente é docente efetiva da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Líder do Grupo de Pesquisa Saúde e Comunidade: buscando a integralidade do cuidado (GPESC); Professora da Faculdade de Medicina Nova Esperança (FAMENE) e Professora visitante no Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde da UFPB.

  • Cecília Danielle Bezerra Oliveira, Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB

    Doutora e Mestre em Enfermagem pelo Programa Associado de Pós-Graduação da Universidade de Pernambuco e Universidade Estadual da Paraíba (PAPGEnf-UPE/UEPB). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - IFPB onde lidera o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde da Mulher (LEPSAM) e coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-IFPB).

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Publicado

2023-12-01

Edição

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