Percepção dos fatores de risco do câncer bucal e acesso as ações de prevenção na perspectiva da população em situação de rua e profissionais de saúde no município de Rio Branco - Acre

Autores

  • Eufrasia Santos Cadorin aCentro Universitário UNINORTE, Rio Branco, AC, Brazil. bSecretaria Municipal de Saúde de Rio Branco, Rio Branco, AC, cUniversidade Federal do Acre, Rio Branco, AC, Brazil
  • Romeu Paulo Martins Silva cUniversidade Federal do Acre, Rio Branco, AC, Brazil.
  • Italla Maria Pinheiro Bezerra dMaster’s Program in Public Policies and Local Development of the Santa Casa de Misericórdia School of Sciences of, Vitória, ES, Brazil. eLaboratory of Design and Scientific Writing of the Faculty of Medicine of ABC. São Paulo, SP, Brazil.

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v32.13314

Palavras-chave:

câncer bucal, prevenção, população em situação de rua

Resumo

Introdução: no Brasil, a População em Situação de Rua (PSR) é um fenômeno que envolve uma multiplicidade de fatores, dentre os mais frequentes se encontram: as rupturas dos vínculos familiares, a inexistência de trabalho e a ausência ou insuficiência de renda e o uso frequente de álcool e outras drogas.

Objetivo: analisar a percepção sobre o câncer bucal, seus fatores de risco e ações de prevenção na perspectiva dos população em situação de rua e profissionais de saúde da equipe do Consultório na Rua no município de Rio Branco – Acre.

Método: estudo de abordagem qualitativa, desenvolvida por meio da Análise de Conteúdo, realizada no período de janeiro a abril de 2018 com a população em situação de rua e a equipe de saúde do Consultório na Rua em Rio Branco – Acre.

Resultados: evidenciou-se que as pessoas em situação de rua e a equipe de saúde do consultório na rua têm percepção sobre os fatores de risco relacionados a este agravo, porém não se tem uma preocupação com a prevenção pelos usuários. Os profissionais da equipe não desenvolvem ações voltadas para prevenção da doença e na perspectiva da equipe e dos usuários, podem ser desenvolvidas ações preventivas, entretanto predomina o olhar para a realização de ações pontuais com ênfase na mudança de hábitos nocivos.

Conclusão: a população em situação de rua e profissionais da equipe do consultório na rua têm conhecimento dos principais fatores de risco do câncer bucal. A equipe não desenvolve ações específicas para prevenção deste agravo e os usuários compreendem a necessidade de prevenção. A dificuldade de acesso e o tempo de retorno ao cirurgião dentista são fatores que dificultam a prevenção.

Referências

Silva MLL. Mudanças Recentes no Mundo do Trabalho e o Fenômeno População em Situação de Rua no Brasil 1995-2005. Brasília - DF; 2006.

Brasil. Sistema de Informação da Atenção Básica e-SUS. Rio Branco. 2018.

Brasil. Portaria no 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários. Brasília - DF; 2011.

Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. UNESCO M da S, editor. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde. Brasilia; 2002. 419-564 p.

Neville BEA. Patologia Oral e Maxilofacial. 4 ed. Elsevier, editor. Rio de Janeiro; 2016. 338 p

Borges FT. Garbin CAS, Carvalhosa AA. de, Castro PHS, Hidalgo LRDC. Epidemiologia do câncer de boca em laboratório público do Estado de Mato Grosso, Brasil Oral cancer epidemiology in a public laboratory in Mato Grosso State , Brazil. Cad Saúde Pública. 2008;24(9):1977–82.

Falcão MML, Alves TDB, Freitas VS, Coelho TCB. Conhecimento dos cirurgiões-dentistas em relação ao câncer bucal. 2010; 58:27–33.

Volkweis MR, Blois MC, Zanis R, Zamboni R. Perfil Epidemiológico dos pacientes com Câncer Bucal em um CEO. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac. 2014;v. 14, n.2:63–70.

Bardin,L. (orgs) Luis Antero Reto AP. Análise de conteúdo. Edições, editor. São Paulo; 2011. 279 p.

Cavalcante RB, Calixto P, Pinheiro MMK. Análise de Conteúdo: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Inf SocEst. 2014;v.24, n.1:13–8.

Silva RS, Bezerra IMP, Monteiro CBM, Adami FJr HMFS, Abreu LCD. Nurses’ knowledge and practices in the face of the challenge of using the systematization of nursing care as an instrument of assistance in a first aid in Brazil. Medicine (Baltimore). 2018;97(33).

Tong A, Sainsbury P, Craig J. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): A 32-item checklist for interviews and focus groups. Int J Qual Heal Care. 2007;19(6):349–57

Figueiredo AM. Prevalência e características clínico-epidemiológicas do câncer bucal e de cabeça e pescoço no Hospital Estadual de Bauru/SP. 2013.

Ganesh R, John J, Saravanan S. Socio demographic profile of oral cancer patients residing in Tamil Nadu - A hospital based study. Indian J Cancer [Internet]. 2013;50(1):9.

Li S, Ni X-B, Xu C, Wang X-H, Zhang C, Zeng X-T. Oral sex and risk of oral cancer: a meta-analysis of observational studies. J Evid Based Med [Internet]. 2015;8(3):126–33.

Brondani MA. Café Discussions on Oral Sex, Oral Cancer, and HPV Infection: Summative Report. Can Institutes Heal Res. 39(6):1453–5.

Nowosielska-Grygiel J, Owczarek K, Bielińska M, Wacławek M, Olszewski J. Analysis of risk factors for oral cavity and oropharynx cancer in the authors’ own material. Otolaryngol Pol. 2017;71(2):23–8.

Roswall N, Weiderpass E. Alcohol as a risk factor for cancer: Existing evidence in a global perspective. J Prev Med Public Heal. 2015;48(1):1–9.

Maasland DHE, Van den Brandt PA, Kremer B, Goldbohm RA, Schouten LJ. Alcohol consumption, cigarette smoking and the risk of subtypes of head-neck cancer: Results from the Netherlands Cohort Study. BMC Cancer. 2014;14(1):1–14.

Varoni EM, Lodi G, Iriti M. Ethanol versus phytochemicals in wine: Oral cancer risk in a light drinking perspective. Int J Mol Sci. 2015;16(8):17029–47.

Gaonkar PP, Patankar SR, Tripathi NSG. Oral bacterial flora and oral cancer: The possible link? J Oral Maxillofac Pathol. 2018;22(2):234–8.

Antoniazzi RP, Lago FB, Jardim LC, Sagrillo MR, Ferrazzo KL. Impact of crack cocaine use on the occurrence of oral lesions and micronuclei. Int J Oral Maxillofac Surg. 2018;47(7):888–95.

Sordi MB, Massochin RC, Camargo AR de, Lemos T, Munhoz E de A. Oral health assessment for users of marijuana and cocaine / crack substances. Braz Oral Res. 2017;31:1–11

Hooper SJ, Wilson J, Crean SJ. Exploring the link between microorganisms and oral cancer: a systematic review of the literature. Head Neck. 2009;31(9):1228–39

Tengland PA. Behavior Change or Empowerment: On the Ethics of Health-Promotion Goals. Heal Care Anal. 2016;24(1):24–46.

Chrystal JG, Glover DL, Young AS, Whelan F, Austin EL, Johnson NK et al. Experience of primary care among homeless individuals with mental health conditions. PLoS One. 2015;10(2):1–14.

Sevalho GO conceito de vulnerabilidade e a educação em saúde fundamentada em Paulo Freire. 2018;22(64):177–88.

Barbosa, AM, Silva JNF, Araújo EKG, Pereira JC, Lacerda DAL de, Alvarenga J da PO. Fórum Permanente de Educação Popular em Saúde: construindo estratégias de diálogos e participação popular TT - Permanent Forum for Popular Health Education: building strategies for dialogue and public participation. Rev APS [Internet]. 2015;18(4):554–9.

Freire P. Pedagogia da Autonomia Saberes necessários à prática educativa. 47a. Terra Paz e Terra, editor. Rio de Janeiro; 2013. 143 p.

Brasil. Coletânea de Normas para o Controle Social. 2011. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Brasília – DF. 2011.

Listi S, Moeller J, Manski R. A multi-country comparison of reasons for dental non- attendance. Eur J Oral Sci. 2015;122(1):62–9

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasil; 2004.

Guirguis-Younger M, McNeil R, Hwang SW. Homelessness & Health in Canada. Press U of O, editor. Vol. 39, Animal Genetics. Ottawa; 2014. 331 p.

Abdo EN, Garrocho A de A, Aguiar MCF. de. Perfil do paciente portador de carcinoma epidermóide da cavidade bucal, em tratamento no Hospital Mário Penna em Belo Horizonte. Rev Bras Cancerol. 2002;48(3):357–62.

Van Nagell JR, DePriest PD, Ueland FR, DeSimone CP, Cooper AL, McDonald JM et al. Ultrasound and assessment of ovarian cancer risk. Cancer [Internet]. 2013;37(2):408–14.

Al-Jaber A, Al-Nasser L, El-Metwally A. Epidemiology of oral cancer in Arab countries. Saudi Med J. 2016;37(3):249–55.

Merhy, EE. Saúde a cartografia do trabalho vivo. In: 3a edição. São Paulo; 2007. p. 145.

Rio Branco. Secretaria Municipal de Saúde. 2018. Plano Municipal de Saúde de Rio Branco 2018-2021.Tilio R de, Oliveira J de. Cuidados e atenção em saúde da população em situação de rua. Psicol em Estud. 2016;21(1):101–13.

Borysow I da C, Conill EM, Furtado JP. Atenção à saúde de pessoas em situação de rua: estudo comparado de unidades móveis em Portugal, Estados Unidos e Brasil. Cien Saude Colet. 2017;22(3):879–90.

Silva LMA, Monteiro I da S, Araújo ABVL de. Saúde bucal e consultório na rua: o acesso como questão central da discussão. Cad. Saúde Coletiva 26, 285–291 (2018).

Rosa S, Garbriela M, Brêtas P, Cristina A, Rosa S. O cuidado em situação de rua: revendo o significado do processo saúde-doença. (2006).

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria no 1.028 de 1o de julho de 2005. Brasil; 2005.

Machado LV, Boarini ML. Políticas sobre drogas no Brasil: a estratégia de redução de danos. Psicol Ciência e Profissão. 2013;33(3):580–95

Publicado

2022-10-31

Edição

Seção

ORIGINAL ARTICLES