Comportamento Sedentário e Atividade Física de Escolares de uma Região de Baixa Renda no Brasil: Associações com Variáveis Maternas

Autores

  • Ricardo Andrade Bezerra Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
  • Gledson Tavares Amorim Oliveira Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
  • Ursula Viana Bagni Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal, Brasil
  • Érica Roberta Barbalho Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
  • Ilanna Marques Gomes da Rocha Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal, Brasil
  • Fábio Resende de Araújo Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
  • Ana Paula Trussardi Fayh Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v31.12230

Palavras-chave:

criança, inatividade fisica, estilo de vida sedentário, nível socioeconômico, escolaridade materna

Resumo

Introdução: Na última década, um número crescente de estudos tem se preocupado em investigar marcadores de Comportamento Sedentário (CS) e Atividade Física (AF) em
crianças na idade escolar, por serem reconhecidos como causadores de alterações do estado nutricional nesta faixa etária.

Objetivo: Analisar os fatores associados maternos sobre o CS e AF de escolares.

Método: Trata-se de uma pesquisa com delineamento transversal, envolvendo 410 mães de crianças matriculadas entre o primeiro e quinto ano nas escolas municipais de Santa
Cruz, RN, Brasil. Por meio da aplicação de questionários, foram investigadas variáveis socioeconômicas da família, dados
maternos e hábitos relacionados ao CS e AF dos escolares, nos dias da semana e no final de semana. Para testar associações foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher.

Resultados: Foi observado que uma renda inferior a um salário mínimo e menor escolaridade materna foram associados com maior deslocamento ativo das crianças (69,3%, p = 0,012 e 68,4% p = 0,022, respectivamente). As crianças de famílias com baixa renda (65,4%, p = 0,016) e que tinham seis e sete irmãos (8,2%, p = 0,023 e 7,6%, p = 0,037, respectivamente) apresentam menor CS no final de semana. Um menor grau de escolaridade materna foi associado com uma menor prática de AF durante a semana (70,8%, p = 0,024).

Conclusão: Conclui-se que os fatores socioeconômicos (i.e., renda familiar e número de irmãos) e maternos (i.e., nível de escolaridade) são importantes indicadores para o tempo dispendido em comportamento sedentário e atividade física de escolares

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Publicado

2021-08-03

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