Perfil epidemiológico do acesso à atenção hospitalar e mortalidade por câncer de próstata nas regiões Brasileiras – um estudo ecológico

Autores

  • Stefanie de Sousa Antunes Alcantara University Center - FMABC, Santo André, São Paulo, Brazil
  • Patricia Merly Martinelli University Center - FMABC, Santo André, São Paulo, Brazil
  • Luiz Vinicius de Alcantara Sousa University Center - FMABC, Santo André, São Paulo, Brazil
  • Fernando Luiz Affonso Fonseca Clinical Laboratory University Center - FMABC, Santo André, São Paulo, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v31.12227

Palavras-chave:

câncer de próstata, epidemiologia, mortalidade, Hospitalização

Resumo

Introdução: Devido às altas taxas de incidência e mortalidade que o câncer apresenta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define-o como um problema de saúde pública e aponta que existem aproximadamente 10 milhões de pessoas afetadas pelo câncer, a estimativa para o ano de 2020 será 16 milhões de doentes. Uma das neoplasias mais frequentes do mundo, o Câncer de Próstata (CaP) (1,1 milhão) ocupa a 4ª colocação, ficando atrás apenas do câncer de pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão) e intestino (1,4 milhões). No ano de 2012, foram registrados aproximadamente 1.112.000 novos casos globais de CaP, com cerca de 307.000 óbitos.

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por câncer de próstata e o acesso de pacientes à saúde entre as regiões brasileiras.

Método: Estudo ecológico baseado em dados secundários entre os anos de 2000 e 2015. A mortalidade, hospitalização e população foram coletadas no DATASUS. As variáveis foram relacionadas ao perfil epidemiológico, entre as regiões brasileiras, estratificadas pelo número de internações; de mortes; taxa de admissão; taxa de mortalidade e faixa etária (40 a 79 anos). O estudo analisa uma tendência temporal e obtém acesso à saúde e mortalidade usando modelos de regressão.

Resultados: O Norte apresentou uma queda maior nos casos de 40 a 59 anos (β: -1,800; -0,46). Sudeste, com pequena redução apenas entre 40 e 44 anos (β: -0,345 e p: 0,665). As regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste não apresentaram queda na taxa de internação, com maior crescimento entre 65 e 69 anos (β: 7.862; 11.346; e p> 0,05). O Centro-Oeste teve o maior aumento entre 55 e 59 anos (β: 3.660, p: 0,098), seguido de 65 a 69 anos (β: 3.491, p: 0,314). As taxas de mortalidade indicaram redução no Sudeste (β: - 0,440) e Sul (β:
-0,361).

Conclusão: Este estudo encontrou associação com várias culturas ambientais e econômicas em cada região brasileira, sendo um recurso importante para o desenvolvimento de serviços de saúde e seu acesso à população.

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Publicado

2021-08-03

Edição

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