Alergia à proteína do leite de vaca, qualidade de vida e estilos parentais

Autores

  • Vanessa Korz Master in Public Health – Universidade Regional de Blumenau (FURB).
  • Maira M. Kremer Psychology student – FURB, scholarship holder from Programa de bolsas do Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes) de Santa Catarina.
  • Deisi Maria Vargas Professor of the Professional Master in Public Health - FURB
  • Carlos R. O. Nunes Professor of the Professional Master in Public Health – FURB.

DOI:

https://doi.org/10.36311/jhgd.v31.11077

Palavras-chave:

hipersensibilidade a leite, qualidade de vida, relações pais-filhos, cuidado da criança

Resumo

Introdução: A alergia à proteína do leite de vaca requer alterações dos hábitos familiares para manutenção das condições de saúde das crianças.

Objetivo: Este estudo analisou os efeitos da alergia à proteína do leite de vaca sobre a saúde de crianças, qualidade de vida de responsáveis e crianças e sobre os estilos parentais adotados.

Método: Estudo caso controle. O grupo caso foi constituído por crianças com alergia à proteína do leite de vaca, de oito meses a cinco anos de idade, e seus responsáveis, e o Grupo Controle, por crianças saudáveis, de mesma faixa etária, e seus responsáveis. Foram avaliadas a qualidade de vida da criança (TNO-AZL Preschool Children Quality of Life) e do responsável (SF-36); estilo parental (Escala de Crenças Parentais e Práticas de Cuidado); e dados socioeconômicos e de saúde da criança. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar os grupos (p <0,05).

Resultados: Participaram 26 díades do grupo caso e 44 do grupo controle. Crianças com alergia proteína do leite de vaca apresentaram menor qualidade de vida na dimensão saúde, pior estado nutricional, realizaram acompanhamento com maior número de profissionais da saúde. Os responsáveis do grupo caso ofereceram menor estimulação corporal às crianças. Responsáveis do grupo controle apresentaram menor qualidade de vida emocional.

Conclusão: A alergia à proteína do leite de vaca impactou na saúde e no estado nutricional das crianças, na estimulação corporal recebida pelas crianças, e na qualidade de vida emocional dos responsáveis.

Referências

Sociedade Brasileira De Nutrição Parenteral E Enteral – SBNPE. Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Associação Brasileira de Nutrologia. Projeto Diretrizes. Terapia nutricional no paciente com alergia ao leite de vaca. 2011. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/9_volume/terapia_nutricional_no_paciente_com_alergia_ao_leite_de_vaca.pdf Acesso em: 31 jul. 2015

Morou Z,Tatsioni A,Dimoliatis IDK,Papadopoulos NG. Health-related quality of life in children with food allergy and their parents: a systematic review of the literature. J Investig Allergol Clin Immunol. 2014; 24: 382-395.

Fathi SM, Tavakol M, Rezaei N, Movahedi M, Aghamohammadi A, Shariat M, et al. Impact of Ige-mediated food allergy on parental quality of life in Iranian patients. Iran J Allergy Asthma Immunol. 2016; 15: 372-380.

Antolin-Amerigo D, Manso L, Caminati M, Caballer BH, Cerecedo I, Muriel A, et al. Quality of life in patients with food allergy. Clin Mol Allergy. 2016; 14. DOI: https://doi.org/10.1186/s12948-016-0041-4

Cummings AJ, Knibb RC, King RM, Lucas JS. The psychosocial impact of food allergy and food hypersensitivity in children, adolescents and their families: a review. Allergy. 2010; 65: 933-945. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1398-9995.2010.02342.x

Rouf K, White L, Evans K. A qualitative investigation into the maternal experience of having a young child with severe food allergy. Clin Child Psychol Psychiatry. 2012; 17: 49-64. DOI: https://doi.org/10.1177/1359104511415636

Birdi G, Cooke R, Knibb R. Quality of life, stress, and mental health in parents of children with parentally diagnosed food allergy compared to medically diagnosed and healthy controls. J Allergy. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1155/2016/1497375

Williams NA, Hankey M. Implications of social support and parenting self-efficacy for food allergy-related parenting practices. Pediatr. Allergy Immunol. Pulmonol. 2016; 29: 74-79. DOI: https://doi.org/10.1089/ ped.2015.0618

Pinto RNM, Torquato IMB, Collet N, Reichert APS, Souza Neto VL, Saraiva AM. Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas relações familiares. Rev Gaúcha Enferm. 2016; 37. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2016.03.61572

Yonamine GH, Contim D, Castro APBM, Jacob CMA, Pastorino A C. Percepção dos familiares de pacientes com alergia ao leite de vaca em relação ao tratamento. Rev. bras. crescimento desenvolv.hum. 2013; 23(1), 58-64.

Martins GDF, Macarini SM, Vieira ML, Seidl-De-Moura ML, Bussad VSR, Cruz RM. Construção e validação da Escala de Crenças Parentais e Práticas de Cuidado (E-CPPC) na primeira infância. Psico-USF. 2010; 15:23-34. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712010000100004

Minetto MF, Löhr SS. Crenças e práticas educativas de mães de crianças com desenvolvimento atípico. Educ Rev. 2016; 59:49-64. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.44791

Pinquart M. Do the parent–child relationship and parenting behaviors differ between families with a child with and without chronic illness? A meta-analysis. J Ped Psychol. 2013; 38: 708–721. DOI: https://doi.org/10.1093/jpepsy/jst020

Rodrigues LC, Werneck GL. Estudos caso-controles. In: Medronho RA. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2002. p. 175-190.

Fegadolli F. Adaptação transcultural e validação do instrument DISABKIDS-37 para crianças e adolescentes brasileiros em condições crônica: fase I [tese]. Ribeirão Preto, SP: Universidade de São Paulo; 2008.

World Health Organization. Who child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and body mass index-for-age: Methods and development. Geneva: WHO,2006.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. 76 p.

Tompsen AM. Validação, adaptação e avaliação de um instrumento para medir qualidade de vida em crianças a partir de oito meses de idade até cinco anos[dissertação]. Porto Alegre, RS: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2010.

Fekkes M, Theunissen NC, Brugman E, Veen S, Koopman HM, Wit JM, et al. Development and psychometric evaluation of the TAPQOL: a health-related quality of life instrument for 1-5-year-old children. Qual Life Res. 2000; 9: 961-972. DOI: https://doi.org/10.1023/A:1008981603178

Ware JE Jr,Sherbourne CD. The MOS 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) I. Conceptual framework and item selection. Med Care. 1992; 30: 473-483. DOI: https://doi.org/10.1007/BF03260127

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol. 1999; 39: 143-150.

Vieira MC, Morais MB, Spolidoro JVN, Toporovski MS, Cardoso AL, Araujo GTB, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatr. 2010; 10:25. DOI: https://doi.org/10.1186/1471-2431-10-25

Steinman H. Nutritional implications of food allergies. S Afr J Clin Nutr. 2010; 23: S37-S41. DOI: https://doi.org/10.1080/16070658.2010.11734268

Aguiar ALO, Maranhão CM, Spinelli LC, Figueiredo RM, Maia JMC, Gomes RC, et al. Avaliação clínica e evolutiva de crianças em programa de atendimento ao uso de fórmulas para alergia à proteína do leite de vaca. Rev Paul Pediatr. 2013; 31: 152-158. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822013000200004

Indinnimeo L, Baldini L, Vittori V, Zicari AM, Castro G, Tancredi G, et al. Duration of a cow-milk exclusion diet worsens parents’ perception of quality of life in children with food allergies. BMC Pediatr. 2013; 13:203. DOI: https://doi.org/10.1186/1471-2431-13-203

Publicado

2021-04-28

Edição

Seção

ORIGINAL ARTICLES