Caracterização dos casos de sífilis congênita com ênfase no esquema terapêutico em um maternidade filantrópica no ES
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.v30.10380Palavras-chave:
Sífilis Congênita, Cuidado Pré-Natal, Notificação CompulsóriaResumo
Introdução: A sífilis ainda é um problema mundial, calcula-se que todos os anos aproximadamente 12 milhões de pessoas são infectadas. Na última década, no Brasil foi registrado um aumento dos casos, apenas no ano de 2016, foram notificados 37.436 casos de sífilis em gestantes e 20.474 casos de sífilis congênita, sendo185 óbitos, os maiores números de casos foram notificados na região Sudeste, especialmente no estado do Espírito Santo com elevadas taxas de sífilis em gestantes, estando em terceiro lugar de maior taxa de incidência no país com 10,4 casos/1.000 nascidos vivos, acima da média nacional de 6,8 casos/1.000 nascidos vivos.
Objetivo: Descrever o tratamento terapêutico de crianças afetadas com sífilis congênita, bem como as alterações clínicas, radiológicas e laboratoriais associadas a esta doença.
Método: Estudo retrospectivo, descritivo, exploratório, quantitativo, através 204 fichas de notificação de sífilis congênita no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2017.
Resultados: Os achados mostraram que 88,7% das puérperas realizaram o pré-natal. Em relação aos recém-nascidos, 85,3% eram assintomáticos. Ao analisar o regime terapêutico instituído, 22,5% utilizaram penicilina G procaína, 22,5% penicilina G cristalina e 20,6% penicilina benzatina G.
Conclusão: O tratamento instituído por essa maternidade filantrópica para recém-nascidos com sífilis congênita está alinhado às diretrizes propostas pelo Ministério da Saúde. Os sintomas clínicos não representam um achado frequente durante o período neonatal, no entanto, podem ocorrer mais tarde.
Referências
2. Nonato SM, Melo APS, Guimaraes MDC. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte, 2010-013. Epidemiol Serv Saúde. 2015;24 4):681-94. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000400010
3. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis. Bol Epidemiol. 2016;47(35):1-32.
4. Cooper JM, Michelow IC, Wozniak PS, Sáncheza PJ. Em tempo: a persistência da sífilis congênita no Brasil: Mais avanços são necessários!. Rev Paul Pediatr. 2016;34(3):251-53. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.rppede.2016.06.004
5. Cooper JM, Sánchez PJ. Congenital syphilis. Semin Perinatol. 2018; 42(3):176-84. DOI: https://doi.org/10.1053/j.semperi.2018.02.005
6. Chiumento DA, Griep R. Perfil Epidemiológico da Sífilis Congênita no Município de Cascavel/PR nos anos de 2010 a 2014. Rev Thêma Scientia. 2015; 5(2E):106-11.
7. Boni SM, Pagliari PB. Incidência de Sífilis Congênita e sua Prevalência em Gestantes em um Município do Noroeste do Paraná. Rev Saúde Pesquisa. 2016;9(3):517-24. DOI: http://dx.doi.org/10.177651/1983-1870.2016v9n3p517-524
8. Magalhães DMS, Kawaguchi IAL, Dias A, Calderon IMP. Sífilis materna e congênita: ainda um desafio. Cad Saúde Pública. 2013;29(6):1109-20. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000600008
9. Domingues RMSM, Leal MC. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo Nascer no Brasil. Cad Saúde Pública. 2016;32(6):e00082415 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00082415
10. Feliz MC, Medeiros ARP, Rossoni AM, Tahnus T, Pereira AMVB, Rodrigues C. Aderência ao seguimento no cuidado ao recém-nascido exposta à sífilis e características associadas à interrupção do acompanhamento. Rev Bras Epidemiol. 2016;19(4):727-39. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-5497201600040004
11. Organização Mundial da Saúde (OMS). Eliminação mundial da sífilis congênita: fundamento lógico e estratégia para acção. Genebra: OMS, 2008.
12. Governo do Estado do Espírito Santo. Secretaria de Saúde. Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita. Vitória: 2017.
13. Vasconcelos MIO, Oliveira KMC, Magalhães AHR, Guimarães RX, Linhares MSC, Queiroz MVO, et al. Sífilis na gestação: estratégias e desafios dos enfermeiros da atenção básica para o tratamento simultâneo do casal. Rev Bras Promoç Saúde. 2016. 29(Supl.):85-92. DOI: http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2016.sup.p85
14. Saraceni V, Vellozo V, Leal MC, Hartz ZMA. Estudo de confiabilidade do SINAN a partir das Campanhas para a Eliminação da Sífilis Congênita no Município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol. 2015;8(4):419-24 DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2005000400010
15. Pitilin EB, Sbardelotto T. Mortalidade de Mulheres em Idade Reprodutiva: Estudo comparativo entre dois períodos. Rev Fund Care. 2019:11(3):613-19. DOI: https://doi.org/10.9789/2175-5361.2019.v11i3.613-619
16. Domingues RMSM, Saracen V, Hartz ZMA, Leal MC. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Rev. Saúde Pública. 2013;47(1):147-57. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102013000100019
17. Pillay S, Tooke LJ. Symptomatic congenital syphilis in a tertiary neonatal unit in Cape Town, South Africa: High morbidity and mortality in a preventable disease S Afr Med J. 2019;109(9):652-8. DOI: https://doi.org/10.7196/SAMJ.2019.v109i9.13817
18. Cavalcante PAM, Pereira RBL, Castro JGD. Sífilis gestacional e congênita em Palmas, Tocantins, 2007-2014. Epidemiol Serv Saúde. 2017;26(2):255-64. DOI: https://doi.org/10.5123/s1679-49742017000200003
19. Guinsburg R, Santos AMN. Critérios diagnósticos e tratamento da sífilis congênita. Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/tratamento_sifilis.pdf. Acesso em: 10 jun 2020.
20. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST/AIDS. Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
21. Azevedo AC, Drumond EF, Gonçalves RV, Machado CJ. Evolução da qualidade das informações das declarações de óbito com menções de sífilis congênita nos óbitos perinatais no Brasil. Cad Saúde Coletiva. 2017;25(3):259-67. DOI: https://doi.org/10.1590/1414-462x201700030214
22. Guanabara MAO, Leite-Araújo MA, Matsue RY, Barros VL, Oliveira FA. Acesso de gestantes às tecnologias para prevenção e controle da sífilis congênita em Fortaleza-Ceará, Brasil. Rev. Salud Pública. 2017;19 (1):73-8.
23. Alves SAA, Oliveira MLB. Aspectos socioculturais da saúde e da doença e suas repercussões pragmáticas. J Hum Growth Dev. 2018;28(2):183-88. DOI: https://doi.org/10.7322/jhgd.147236
24. Alves PIC, Scatena LM, Haas VJ, Castro SS. Evolução temporal e caracterização dos casos de sífilis congênita em Minas Gerais, 2007-2015. Cienc Saude Coletiva. 2018.
25. Henz GS, Medeiros CRG, Salvadori M. A inclusão paterna durante o pré-natal. Rev Enferm Atenção Saúde. 2017;6(1):52-66. DOI: https://doi.org/10.18554/reas.v6i1.2053
26. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids. Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis: manual de bolso. Brasília: Ministério Saúde, 2017.
27. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Brasília: 2015.
28. Soares LG, Zarpellon B, Soares LG, Baratieri T, Lentsck MH, Mazza VA. Sífilis gestacional e congênita: características maternas, neonatais e desfecho dos casos. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2017;17(4):781-89. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-93042017000400010
29. Chau J, Atashband S, Chang E, Westerberg BD, Kozak FK. A systematic review of pediatric sensorineural hearing loss in congenital syphilis. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009;73(6):787-92. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijporl.2009.02.021