Prevalência e fatores associados à obesidade em crianças menores que cinco anos no município de Rio Branco – Acre

Autores/as

  • Delcio Damasceno da Silva Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, Cruzeiro do Sul, Acre
  • Marcos Venicius Malveira de Lima Secretaria de Estado de Saúde do Acre, Rio Branco, Acre
  • Pascoal Torres Muniz Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Acre
  • Marlon Negreiros de Holanda Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, SP
  • Ozianndeny Ferreira Câmara Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC. Santo André. São Paulo
  • Adilson Monteiro Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC. Santo André. São Paulo
  • Rubens Wajnsztejn Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC. Santo André. São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.v29.9431

Palabras clave:

obesidade infantil, antropometria, epidemiologia nutricional

Resumen

Introdução: O estado nutricional de crianças é considerado um instrumento importante na aferição das condições de saúde e qualidade de vida de uma população. A prevalência crescente da obesidade em crianças é um problema de saúde pública significante, pois é um fator de risco importante para a obesidade na vida adulta. Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores associados à obesidade infantil no município de Rio Branco – Acre. Método: Realizou-se análise de banco de dados provenientes do Inquérito de Fatores de Risco e Morbidade por Doenças Não-Transmissíveis no Município de Rio Branco / Saúde e Nutrição de Adultos e Crianças em 2008. Trata-se de um estudo transversal onde foram examinadas 687 crianças na faixa de 0 a 60 meses nas zonas urbana e rural. A análise estatística considerou a expansão e o desenho da amostra. A prevalência da obesidade infantil segundo os índices antropométricos P/I (peso-para-idade), P/E (peso-para-estatura), e IMC/I (Índice de Massa Corporal-para-idade) foram respectivamente de 6,85% (IC95% = 5,30 – 8,80), 6,66% (IC95% = 3,22 – 13,27) e 6,61% (IC95% = 3,25 – 12,98). Resultados: O modelo final apresentou maior prevalência de obesidade para o índice IMC/I nas seguintes condições: local de domicílio na zona urbana (RP=6,81; IC95% = 1,27 – 36,38), iluminação elétrica sem medidor (RP=2,10; IC95% = 1,22 – 3,59), altura da mãe maior que 163cm (RP=2,24; IC95% = 1,12 – 4,47) e obesidade materna (RP=2,37; IC95% = 1,19 – 4,72). Conclusão: A prevalência da obesidade do índice IMC/I foi elevada e está relacionada à fatores socioeconômicos e características maternas específicas. É necessária a promoção de ações que levem a formação de um estilo de vida saudável ainda na infância.

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Publicado

2019-11-05

Número

Sección

ORIGINAL ARTICLES