A construção do currículo de Língua Portuguesa no cotidiano

um estudo sobre o trabalho com gêneros textuais no Ensino Médio

Autores/as

  • Emanuele de Souza Pacheco Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Lívia Suassuna Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

DOI:

https://doi.org/10.36311/2236-5192.2021.v22n2.p27

Palabras clave:

Currículo, Língua portuguesa, Gêneros textuais

Resumen

Este estudo teve como objetivo analisar como se constrói o currículo de português no cotidiano do ensino médio quanto ao trabalho com gêneros textuais. Para atingi-lo, fizemos um percurso em que procuramos perscrutar, por meio da observação de aulas: como a docente investigada seleciona os gêneros textuais abordados em sala de aula; que metas de aprendizagem traça ao trabalhar com esses objetos de saber; que procedimentos e estratégias didáticas adota para ensiná-los. Realizamos uma pesquisa qualitativa, de cunho indiciário, com uma professora de uma turma de 2º ano do ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE). Os resultados nos deram indícios de que a política de incentivo à pesquisa parece influenciar a prática de ensino da professora, de modo que sua formação acadêmica, confluente com uma perspectiva sociointeracionista da língua, tende a levá-la a uma abordagem dos gêneros como prática social, mais do que como conteúdos em si mesmos. Concluímos também que a docente hibridiza elementos diversos, como sua história de vida, seu percurso acadêmico, o currículo prescrito/oficial, o perfil e a demanda dos alunos, no intuito de alcançar os objetivos que lhe parecem pertinentes no trabalho com os gêneros textuais.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Emanuele de Souza Pacheco, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

    Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (2017); licenciada em Letras pela mesma universidade; professora da educação básica e do ensino superior da Rede SESI-SP.

  • Lívia Suassuna, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

    Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2004); professora associada da Universidade Federal de Pernambuco (Centro de Educação – Departamento de Ensino e Currículo e Programa de Pósgraduação em Educação).

Referencias

AGUIAR, V. T.; BORDINI, M. da G. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

ALVES, R. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000.

ANDRÉ, M. E. A. Texto, contexto e significados: algumas questões na análise de dados qualitativos. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 45, p. 66-71, 1983.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BALL, S. La micropolitica de la escuela: hacia uma teoria de la organización escolar. Barcelona: Paidós, 1989.

BALL, S. Educational reform: a critical and post-structural approach. Buckingham: Open University Press, 1994.

BARROS, D. L. P. de. Dialogismo, polifonia e enunciação. In: BARROS, D. L. P.; FIORIN, J. L. (org.). Dialogismo, polifonia, intertextualidade: em torno de Mikhail Bakhtin. São Paulo: EDUSP, 1999, p. 1-9.

BRANDÃO, H. H. N. Textos, gêneros do discurso e ensino. In: CHIAPPINI, Lígia (coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000, p. 17-25.

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. 1º e 2º ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. 3º e 4º ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. IFXX. Organização Acadêmica Institucional. XXXX: 2014.

CATANI, D. B. et al. História, memória e autobiografia na pesquisa educacional e na formação. In: CATANI, D. B. et al. (org.). Docência, memória e gênero: estudos sobre formação. São Paulo, Escrituras, 1997, p. 13-47.

CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português Linguagens. 5. ed. São Paulo: Atual, 2009, vol. 6º e 7º anos.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: 1, Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2ed. São Paulo: Contexto, 2011.

COX, M. I. P.; SILVA, M. M. As linhas mestras do novo paradigma de ensino de língua materna. Polifonia, Cuiabá, n. 05, p. 27-48, 2002.

GERALDI, J. W. A aula como acontecimento. São Carlos: Pedro e João Editores, 2010.

GONÇALVES, F. C. Concepções de professores sobre gêneros textuais/discursivos na escola. In: Congresso de educação básica: aprendizagem e currículo, Florianópolis: Prefeitura Municipal de Florianópolis. 2012, p. 1-10. Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/13_02_2012_10.58.37.aaac733f241057eb6e0c352c38a749b3.pdf. Acesso 01.mar.2021.

LOPES, A. C. Política de currículo: recontextualização e hibridismo. Currículo sem Fronteiras, v. 5, n. 2, p.50-64, jul.-dez. 2005.

LOPES, A. C. Políticas de integração curricular. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2008.

MOREIRA, A. F. B. Currículos e programas no Brasil. Campinas: Papirus, 1990.

NÓVOA, A. Professor se forma na escola. [Entrevista concedida a] Paola Gentile. Revista Nova Escola, São Paulo, maio de 2001. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/179/entrevista-formacao-antonio-novoa#. Acesso: 11.mar.2021.

PAIVA, E. V.; FRANGELLA, R. C. P.; DIAS, R. E. Políticas curriculares no foco das investigações. In: LOPES, A. C.; MACEDO, E. (orgs.). Políticas de currículo em múltiplos contextos. São Paulo: Cortez, 2006, p. 241-269.

PÉREZ GÓMEZ, A. I. Compreender o ensino na escola: modelos metodológicos de investigação educativa. In: GIMENO SACRISTÁN, J.; PÉREZ GÓMEZ, A. I. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 99-115.

RIBEIRO, L. F. Mulheres de papel: um estudo do imaginário em José de Alencar e Machado de Assis. Niterói: EDUFF, 1996.

RODRIGUES, R. H. Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana: algumas questões teóricas e metodológicas. In: Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 4, n. 2, p. 415-440, jan./jun. 2004.

ROJO, R. Gêneros do discurso e gêneros textuais: questões teóricas e aplicadas. In: BONINI, A. et al. (orgs.). Gêneros: teorias, métodos e debates. São Paulo: Parábola, 2005, p. 184 a 207.

SILVA, T. T. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

SOARES, M. Português na escola – história de uma disciplina curricular. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002, p. 155-177.

SOUZA, S. L.; FREITAS, S. Z. Entre o discurso e a prática: análise de gêneros textuais em um livro didático de português como língua materna. Via Litterae. Anápolis, v. 4, n. 2, p. 299-316, jul./dez. 2012.

SUASSUNA, L. Pesquisa qualitativa em Educação e Linguagem: histórico e validação do paradigma indiciário. Perspectiva, Florianópolis, v. 26, n. 1, p. 341-377, jan.-jun. 2008.

Publicado

2021-08-13

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

Pacheco, E. de S., & Suassuna, L. (2021). A construção do currículo de Língua Portuguesa no cotidiano: um estudo sobre o trabalho com gêneros textuais no Ensino Médio. Educação Em Revista, 22(2), 27-46. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2021.v22n2.p27