CONDIÇÕES DE TRABALHO E ESTRESSE EM PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE DIVINÓPOLIS-MG

Autores

  • Denise Maria Rover Silva Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Eneder Donizete Rosa Universidade do Estado de Minas Gerais
  • André Amorim Martins Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Fabio Peron Carballo Universidade do Estado de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0001-5745-1249
  • Fabrizio Furtado Sousa Universidade do Estado de Minas Gerais https://orcid.org/0000-0003-1257-862X

DOI:

https://doi.org/10.36311/2236-5192.2018.v19n2.09.p129

Palavras-chave:

Trabalho Docente, Condições de Trabalho, Estresse

Resumo

Esta pesquisa objetivou analisar as condições de trabalho dos professores de ensino fundamental das escolas estaduais da região central de Divinópolis-MG e verificar a relação destas com o estresse docente. Para obtenção dos dados foi utilizado um questionário para caracterizar as condições de trabalho e o Inventário de Sintomas de Estresse. Para verificar a relação entre as condições de trabalho e a presença de estresse, foi utilizado o teste ?2 (Chi-quadrado). Participaram do estudo 95 professores. Dentre as condições de trabalho analisadas, destacaram-se negativamente a inadequada infraestrutura das escolas, a violência contra os docentes e a insatisfação com a remuneração. Com relação ao estresse, foi constatado que 58% dos amostrados apresentavam algum nível de estresse, que mostrou-se significativamente associado ao fato do docente trabalhar em dois ou mais turnos e ter presenciado/sofrido violência na escola. Estes dados reforçam a importância da valorização do trabalho docente como forma de minimizar os impactos da função sobre a saúde deste trabalhador.

Recebido em: 06/06/2017.
Aprovado em: 06/10/2018.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aguiar, S. M et al. O. Prevalência de sintomas de estresse nos estudantes de medicina. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v. 58, n. 1, p. 34-38, jan. 2009.
ANDRADE, P.S.; CARDOSO, T. A. O. Prazer e dor na docência: revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Burnout. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 21, p. 129-140, abr. 2012.
Batista, J. B. V. et al. Prevalência da Síndrome de Burnout e fatores sociodemográficos e laborais em professores de escolas municipais da cidade de João Pessoa, PB. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 13, n.3, p.502-512, jun. 2010.
BORSOI, I. C. F. Da relação entre trabalho e saúde à relação entre trabalho e saúde mental. Revista Psicologia e Sociedade, Rio Grande do Sul, v. 19, n.1, p.103-111, mar. 2007.
CARLOTTO, M. S.; PALAZZO, L. S. Sindrome de burnout e fatores associados: Um estudo epidemiológico com professores [Factors associated with burnout’s syndrome: An epidemiological study of teachers]. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n.05, p. 1017-1026, mai. 2006.
CARVALHO, A. J. F. P.; Alexandre, N. M. C. Sintomas osteomusculares em professores do ensino fundamental. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 10, n. 1, p. 35-41, Ago.2006.
CHAUÍ, M. S. Convite à Filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2010.
COSTA, M.; Accioly Júnior, H.; Oliveira, J.; Maia, E. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 21, n. 4, p. 217-222, jan. 2007.
CRUZ, R. M. et al. Saúde docente, condições e carga de trabalho. Revista Electrónica de Investigación y Docencia (REID), USA, v. n. 4, p. 147-160, jul. 2010.
FERREIRA, A. L.; SCHRAMM, F. R. Implicações éticas da violência doméstica contra a criança para profissionais da saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 6, p. 659-665, ago. 2000.
FUESS, V. L. R.; LORENZ, M. C. Disfonia em professores do ensino municipal: prevalência e fatores de risco. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 69, n. 6, p. 807-12, dez. 2003.
GASPARINI, S. M.; BARRETO, S. M.; Assunção, A. A. O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 189-199, ago.2005.
GOMES, A. P. R.; QUINTÃO, S. R. Burnout, satisfação com a vida, depressão e carga horária em professores. Análise Psicológica, Lisboa, v. 29, n. 2, p. 335-344, abr. 2011.
JARDIM, R.; BARRETO, S. M.; ASSUNÇÃO, A. A. Condições de trabalho, qualidade de vida e disfonia entre docentes. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.10, n. 23, p. 2439-2461, abr. 2007.
KOEHLER, S. M. F. Violência na escola: a mediação do professor. In: BRASIL: Ministério da Educação. Debate: violência, mediação e convivência na escola. Boletim, 2005, p. 32-43.
LAGO, R. R.; CUNHA, B. S.; BORGES, M. F. S. Percepção do trabalho docente em uma universidade da região norte do Brasil. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 429-450, ago. 2015.
LIMA, M. F. E. M.; LIMA-FILHO, D. O. Condições de trabalho e saúde do/a professor/a universitário/a. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 62-82, nov. 2009.
LIPP, M. E. N. (Org). O Stress do Professor. São Paulo: Campinas: Papirus, 2002.
LIPP, M. E. N. Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
LIPP, M. E. N. Mecanismos neurológicos do stress: teoria e aplicações clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
LIPP, M. E. N.; GUEVARA, A. J. H. Validação empírica do Inventário de Sintomas de Stresse. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 3, n.11, p. 43-49, set. 1994.
LIPP, M. E. N.; MALAGRIS, L. M. Manejo do estresse. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapia Comportamental e Cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas.  São Paulo: Psy, 1998. p. 279-292.
LOBATO, V. S.; PLACCO, V. M. N. S. Concepções de professores sobre questões relacionadas à violência na escola. Psicologia da educação, São Paulo, v. 01, n. 24, p. 73-90, mar. 2007.
MAZON, V.; CARLOTTO, M. S.; CÂMARA, S. Síndrome de Burnout e estratégias de enfrentamento em professores. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 60, n. 1, p. 55-66, jan. 2008.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Lista de escolas. Divinópolis: SRE; 2017. [atualizado em 2017]. Disponível em: <http://www2.educacao.mg.gov.br/parceiro/lista-de-escolas>. Acesso em: 02 out. 2018.
Minayo M. C. S. Violência: um problema para a saúde dos brasileiros. In: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Impacto da violência na saúde dos brasileiros. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. p. 9-42.
NUNES SOBRINHO, F. P. O stress do professor do ensino fundamental: o enfoque da ergonomia. In: LIPP, M. E. N. (Org.). O stress do professor. Campinas: Papirus, 2002. p.81-94.
OLIVEIRA, D. A. A reestruturação do trabalho docente: precarização e flexibilização. Educação e Sociedade, Campinas,v.25, n.89, p. 1127-1144, dez. 2004.
OLIVEIRA, E. C. S; MARTINS, S. T. F. Violência, sociedade e escola: da recusa do diálogo à falência da palavra. Psicologia & Sociedade, Rio Grande do Sul, v. 19, n. 1, p. 90-98, abr. 2007.
OLIVEIRA, M. G. M.; CARDOSO, C. L. Stress e trabalho docente na área da saúde. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 28, n. 2, p.135-141, jun. 2011.
Organização Mundial de Saúde/ World Health Organization. Global consultation on violence and health.Violence: a public health priority. Geneva: WHO, 1996. 
PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
RAUSCH, R. B.; DUBIELLA, E. Fatores que promoveram mal ou bem-estar ao longo da profissão docente na opinião de professores em fase final de carreira. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 13, n. 40, p. 1041-1061, dez. 2013.
SILVA JÚNIOR, J. R. Trabalho do professor na escola pública: breves considerações. In: MONFREDINE, Invanise (Org.). Políticas educacionais, trabalho e profissão docente. São Paulo: Xamã, 2008. p. 19-60.
SILVEIRA, K. A. et al. Estresse e enfrentamento em professores: uma análise da literatura. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 30, n. 4, p. 15-36, maio 2014.
SOUTO, R. M. A; PAIVA, P. H. A pouca atratividade da carreira docente: um estudo sobre o exercício da profissão entre egressos de uma Licenciatura em Matemática. Pro-Posições, Campinas, v. 24, n. 1, p. 201-224, abr. 2016.
TARDIF, M.; LESARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência. Petrópolis: Vozes, 2000.
Vedovato, T. G.; Monteiro, M. I. Perfil sociodemográfico e condições de saúde e trabalho dos professores de nove escolas estaduais paulistas. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v.42, n.2, p. 290-297, jan. 2008.

Downloads

Publicado

2018-11-19

Como Citar

Silva, D. M. R., Rosa, E. D., Martins, A. A., Carballo, F. P., & Sousa, F. F. (2018). CONDIÇÕES DE TRABALHO E ESTRESSE EM PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE DIVINÓPOLIS-MG. Educação Em Revista, 19(2), 129–142. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2018.v19n2.09.p129

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.