Democracia após a Primavera Árabe?
Os casos da Tunísia, Egito, Iêmen e Líbia
DOI:
https://doi.org/10.36311/2237-7743.2020.v9n3.p604-624Palabras clave:
Democratização, Poliarquia, Primavera ÁrabeResumen
Quais os caminhos adotados rumo a democratização pelos países que passaram pela Primavera Árabe e tiveram seus governos depostos? O objetivo do artigo é analisar os índices de democracia eleitoral dos países que tiveram governos depostos pela Primavera Árabe (Tunísia, Egito, Iêmen e Líbia). A hipótese de trabalho sustenta que a quebra de regime destes países levou a um percurso de aumento simultâneo dos direitos civis e políticas. Em outras palavras, a quebra de regime levou a um aumento simultâneo das duas dimensões que levam à Poliarquia: contestação e inclusividade. Para testar essa hipótese, adotou-se uma abordagem quantitativa através de análise descritiva dos índices de democracia, liberdade civil e direitos presentes no Varieties of Democracy (V-Dem), no Freedom House e os indicadores de contestação e inclusividade presentes no Quality of Government (QoG). Os resultados sustentam que apenas Tunísia e Líbia apresentaram uma evolução simultânea de liberdades civis e políticas após 2011 e apenas a Tunísia realizou a transição para um regime democrático.
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