A política externa bolsonarista
a tentativa da construção da autonomia pela ideologia
DOI:
https://doi.org/10.36311/2237-7743.2023.v12n2.p203-214Palabras clave:
Política Externa Ideológica, Autonomia pela Ideologia, Jair BolsonaroResumen
A eleição de Jair Bolsonaro no ano de 2018 sinalizou um momento de fragmentação do tecido social brasileiro, na qual as ideias de extrema direita defendidas pelo ainda candidato passaram a pautar o debate público brasileiro. Quando eleito, Bolsonaro tratou de pautar a condução da política do país sob a visão conservadora e, na política externa, a agenda dominante em um primeiro momento foi o anti-globalismo. Isso foi possível graças ao movimento internacional de ascensão da extrema direita, no qual possibilitou uma aproximação do presidente brasileiro de seus pares. Com isso, a diplomacia implementada por Ernesto Araújo buscou defender os valores ocidentais no cenário internacional e com isso alcançar ganhos para o Brasil principalmente a partir das parcerias ideológicas. Essa percepção será visível nas escolhas do executivo nacional em temas de política externa, como será demonstrado ao longo do texto. Dessa forma, o presente artigo busca argumentar acerca da tentativa buscada pelo presidente e pelo Itamaraty da busca pela autonomia através dessa cooperação ocidental ideológica. No entanto, conforme será argumentado, essa tentativa não logrou sucesso por dois fatores: as derrotas internas que afetaram o governo, principalmente com a pandemia do COVID-19 e a vitória de Joe Biden nas eleições americanas, simbolizando uma derrota do projeto político da extrema-direita.