E se a pedagogia pudesse tornar-se científica?
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-1655.2008.v1n1.p3-52Palabras clave:
Epistemologia Genética, Psicopedagogia, Pedagogia Científica, Tomada de ConsciênciaResumen
Neste artigo, propomo-nos a esclarecer os pedagogos sobre os benefícios de tornar a pedagogia verdadeiramente científica, fazendo uso de elementos já testados com sucesso pela psicopedagogia clínica. O desenvolvimento da pesquisa científica no campo da pedagogia poderia permitir intervenções profiláticas (em vez de remediadoras) se esta conhecesse a necessidade de se introduzir novos conteúdos sempre na ordem genética do seu aparecimento, de forma adequadamente desequilibradora. Na base de toda atividade de ensino responsável deveria estar a Epistemologia Genética, explicando como nascem e como se ampliam os conhecimentos. Como a pedagogia optou por ignorar a Epistemologia Genética, age pelo empirismo, por tateamentos e aproximações. A ambigüidade e a indecisão sobre a missão social da pedagogia se deve ao fato de ser tida como campo da transmissão de conhecimentos. O conhecimento, no entanto, não é transmissível, pois é criação do sujeito e isto lhe permite desmontar e remontar, recriar em vez de repetir. Só os saberes são transmissíveis, daí seu caráter utilitário de instrução, sem justificações, razões ou explicações. A escola deve ser o lugar de transmissão de saberes ou de acesso ao conhecimento? A resposta dependerá da filosofia da educação escolhida e das decisões políticas dos administradores. Do fornecimento de recomendações de base sobre procedimentos de intervenção a um estudo de caso, o leitor verá como pode ocorrer uma intervenção remediadora bem sucedida. A experiência clínica ensina que é possível intervir para favorecer a construção do conhecimento, recuperando atrasos. Uma pedagogia que se pretenda científica pode se beneficiar dessa “psicopedagogia cognitiva” estendida a todo processo de aprendizagem. Aos que consideram a perspectiva demasiado ambiciosa, argumentamos já possuirmos os elementos provenientes da psicopedagogia cognitiva e que falta-nos apenas a formação para o diagnóstico, para a pesquisa, para a investigação. Ao professor cabe acompanhar, guiando ao mesmo tempo, uma criança que funciona de acordo com sua própria lógica, com respeito, paciência e benevolência, atitudes fundamentais para o professor observador. Chamamos a atenção dos pedagogos, sensíveis aos procedimentos científicos tão necessários à pedagogia, para que reflitam ao organizar suas progressões pedagógicas. Aprender é reconstruir os conhecimentos a partir dos saberes à disposição e poder dar explicações. Isto será possível graças à presença de alguém que acompanha com o aluno o procedimento de recriação dos conhecimentos. Pela “tomada de consciência” de como as coisas funcionam o sujeito se permite a autonomia. Ao professor cabe estimular no aluno a necessidade de compreender, tendo presente que quanto mais cedo a criança começar mais rapidamente se transformará em criador de conhecimentos. Devemos, então, começar pelo começo, ou seja, pela escola maternal.
Descargas
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2008 Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-CompartirIgual 3.0.